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Mensagem por O Corvo Seg Abr 17, 2017 1:51 pm

Os Sete Reinos de Westeros


Longo e prospero foi o reinado de Daenerys Targaryen, após conquistar o trono com ajuda de seus dragões e vários vassalos poderosos de Westeros, a rainha-dragão subiu ao Trono de Ferro como legitima governante e senhora incontestável de todos os Sete Reinos. A subida de Daenerys não foi fácil, ela teve que derrubar Cersei Lannister, a Rainha Louca e em seguida, derrotar os poderosos vagantes brancos e seu exército incontável de mortos-vivos, na conhecida e sangrenta Batalha da Aurora. Com o trono estável, ela viria a governar por mais de 50 anos, sufocando todas as rebeliões que viriam contra seu governo, inclusive as temíveis insurreições Blackfyre. No décimo quinto ano de seu reinado, a poderosa Companhia Dourada aportou em Vila Gaivota, porém, graças ao poderio do exército da rainha, em conjunto com os exércitos do Vale, Norte e Lannister, os invasores foram derrotados e expulsos de Westeros. O episódio ficou conhecido como a Sexta Rebelião Blackfyre, já que o líder desta era Aegon Blackfyre, que por muito tempo se autodenominou como um Targaryen, inclusive, dizendo que era o filho assassinado de Rhaegar Targaryen e Elia Martell.

A derrota Blackfyre serviu para a Mão da Rainha, Tyrion Lannister, fortalecer todas as defesas do reino, inclusive, criando um poderoso exército formado por cavaleiros de todas as regiões, tal organização ficou conhecida como a Armada do Dragão. Os anos que se seguiram foram de paz e prosperidade, embora que pouco antes do final do reinado de Daenerys, logo após a morte de seu mais fiel conselheiro, Tyrion Lannister, uma nova rebelião orquestrada pelos Blackfyre eclode pelo reino, desta vez, eles estavam sendo apoiados por duas Cidades Livres e alguns opositores contra o domínio Targaryen na Baía dos Dragões. A Sétima Rebelião Blackfyre foi travada no mar, próximo a Ponta Tempestade, Daenerys só conseguiu vencer a batalha graças à frota da Campina. Não muito tempo depois desse episódio, a Rainha-dragão morreu tranquilamente enquanto dormia. A velhice da monarca a deixara mais sábia, logo após a sua morte, sem herdeiros para sucedê-la, uma regência denomina de Conselho Governante de Daenerys é formada, esta seria composta por 15 conselheiros das mais variadas regiões do reino. Os regentes governariam os Sete Reinos por apenas dois anos e meio, tempo este que fora o suficiente para mergulhar o país em uma terrível crise política. Várias casas tramavam em conquistar o Trono de Ferro, enquanto que outras preferiam se separar da coroa e viver independentes como foram em outrora, antes da Conquista Targaryen.

A Oitava Rebelião Blackfyre, também chamada de a Conquista dos Dragões-Negros, invadiu Westeros com apoio do exército de cavalaria do Vale, a Companhia Dourada, além dos apoios das casas: Lannister, Tully e Tyrell. Está última, recebeu apoio por causa do casamento arranjado entre o filho de Aegon Blackfyre, Aerys, com a filha mais nova do Lorde de Jardim de Cima, Janna Tyrell. Com um exército poderoso, os Blackfyre conseguiram conquistar Porto Real, além de subjugar as Ilhas de Ferro, as Terras da Tempestade e Dorne. O Norte se ajoelhou perante aos dragões do leste, temendo mais uma guerra que pudesse colocar a Casa Stark e seus aliados em outra situação de risco, como acontecera no período histórico conhecido como a Guerra dos Cinco Reis. Aegon Blackfyre, o sétimo de seu nome, foi coroado assim que adentrou junto com seus exércitos, os portões da capital. Aegon governaria apenas por 100 dias. A morte do rei não foi algo espantoso, pois devido à idade avançada, alguns problemas já eram evidentes naquele homem, logo sua morte não tardaria a chegar. Ele foi sucedido por seu filho mais velho e herdeiro, Aerys, este viria a ter três filhos com sua esposa, oriunda da Casa Tyrell. O mais velho dos filhos de Aerys III viria a se tornar rei depois se sua morte, usando o título de Daemon II Blackfyre.

Uma guerra não irá demorar a eclodir e envolver todos os Sete Reinos. Os Blackfyre contam apenas com o apoio das casas Lannister e Arryn, enquanto que outras: Stark, Tully, Greyjoy e Tyrell, preferem a neutralidade a entrar em um conflito aberto contra a coroa. Os Martell e Baratheon anseiam por tomar o poder, principalmente depois do episódio conhecido como a Fúria dos Desertos, onde toda Dorne esteve mergulhada em uma seca por anos, causando a morte de milhares de pessoas, além do sentimento de aversão aos Blackfyre, que foi criado por parte dos dorneses. Uma união entre os Tully, Baratheon e Tyrell salvaram Dorne da fome com o envio de cargas com suprimentos e barris de água, mas a humilhação imposta pela inércia da Coroa nunca foi esquecida.

Devido ao isolamento estabelecido entre todas as casas depois do ocorrido, com a pobreza dos Lannister, ressentimento dos Tully, e egoísmo dos Tyrell, o Trono de Ferro não consegue arrecadar fundos monetários o suficiente como antes conseguia, causando certa dependência do Banco de Ferro de Braavos, este já impaciente com a demora da Coroa em pagar todas as dívidas pendentes. Não irá tardar para que a instituição mais poderosa das Cidades Livres busque uma mudança no regime de Westeros ao apoiar um rival para derrubar os Blackfyre do poder, além destes, os dragões-negros também deverão tomar cuidado com um novo poder que se levanta no leste, um novo Império Valíriano, que almeja não só conquistar Essos, mas todo o mundo conhecido junto a esse. Quando se joga o jogo dos tronos, ou ganha-se ou morre, não existe meio-termo.


Última edição por O Corvo em Ter Jun 27, 2017 7:41 pm, editado 9 vez(es)
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Mensagem por Deus de Muitas Faces Dom maio 21, 2017 12:23 am

O Império Dourado de Yi Ti


Toda criança yitish sabe, mesmo na mais tenra idade, das grandes fábulas e histórias que enchem o mundo oriental de assombro e fascínio. A história antiga e recontada através dos séculos. Uma história de amor entre o ódio e a misericórdia. A luz e a sombra que digladiavam-se apenas para amar. Todos escutam ainda hoje estas lendas, de como o glorioso filho do Leão da Noite e da Donzela Vestida de Luar dominara o Império Dourado, guiando este povo à um estado de prosperidade e poderio que nunca mais seriam presenciados no mundo. O semideus imperador fez florescer a grandeza de Yi Ti, e quando ascendeu para unir-se à sua mãe, deixou para seu filho a tarefa de proteger o povo escolhido pela Senhora da Lua e pelo Escuro. Séculos se passaram, até que a desgraça acometeu-se sobre os yitish, quando o Grão Sacerdote da Igreja da Sabedoria Estrelada assumiu o poder através do assassinato e da traição. Com seus atos de feitiçaria e canibalismo, mergulhou Yi Ti em décadas de horror e perseguição. Adorando uma profana pedra negra que caíra dos céus, se banqueteou com  o sangue daqueles que ousaram enfrentá-lo. Seu reinado ofendeu a Donzela do Luar, que afastou-se do mundo dos homens, mergulhando todo o reino na mais profunda Escuridão. Demônios ergueram-se após a Traição de Sangue, e o Leão da Noite aproximou-se, liberando sua fúria na terra dos vivos. Neste ponto, história e mito se misturam, pois de fato há relatos sobre as enormes estrelas negras que caíram não só em YiTi, mas em diversas regiões do mundo conhecido, mesmo em Westeros. A Longa Noite teve início depois deste reinado de terror, e apenas quando Azor Ahai e seus escolhidos ergueram-se em batalha contra as hostes frígidas da Morte, a luz pôde retornar ao mundo na figura da Donzela, que perdoou a humanidade purificada pelo sofrimento e pela destruição. Aqui, os mitos do oeste e do leste se encontram na figura do herói lendário. É incerto as razões de tal influência, mas há a vaga crença de que a figura messiânica do príncipe prometido, advém de um antepassado cultural em comum com os povos antecessores aos Ândalos e Roinares que pisaram em Westeros apenas muito depois de YiTi ter surgido no mundo.

           A partir dali, o império nunca mais retornou aos seus dias gloriosos. Embora ainda hoje seja maior e mais poderoso do que qualquer cidade ou reino ocidental possa supor, Yi Ti e seu Império Dourado ainda trazem firmes os reflexos e cicatrizes de séculos de disputas pelo poder e estratagemas pelo domínio do território. Com mais reis deuses do que poderíamos contar, os séculos seguidos à Longa Noite foram repletos de dor e sofrimento de inocentes. Não muito diferente de Westeros e Essos, que viram a configuração do poder mudar nos últimos cem anos. Governado pelos Imperadores Azul-Celestes, Yi Ti permaneceu num período de paz relativa, apenas lidando com incursões de invasores das Terras das Sombras e caravanas de saqueadores de Jogos Nhai com seus zebralos velozes. Mas tudo mudou na época do reinado de Joffrey Baratheon I, quando o décimo sétimo imperador azul-celeste, Bu Gai, sentava-se em esplendor no palácio de Yin, capital e sede do Império. Sua bondade fora rapidamente confundida com fraqueza, pelos pretendentes ao trono. Assim, além das fronteiras do Império Dourado, rumores assustadores não tardaram a ser ouvidos. Na Cidade de Carcosa, no Mar Oculto das Terras das Sombras, um Senhor feiticeiro alegava ser o sexagésimo nono imperador amarelo, de uma dinastia que fora derrubada há mil anos, naquela época. Seu nome era Soun Chai, da antiga linhagem que só casava-se com mulheres valirianas e cujos antepassados já haviam mantido dragões na capital dourada de Yin. Bu Gai não teria dado-lhe importância, até que relatos de magia obscura e novos dragões chegaram aos portões da Cidade Dourada. Insatisfeito com a inércia de seu soberano, o general Pol Qo, encarregado de manter a província de Jogos Nhai sob controle, concedeu honras imperiais a si mesmo. Denominou-se o primeiro Imperador Dourado, com a cidade rústica chamada Vila do Comerciante como sua capital.

       Com o apoio dos servos e populares, o Imperador Dourado marchou contra Yin com forte adesão. Ainda assim, o ouro de Bu Gai comprou exércitos mercenários em velocidade surpreendente, uma vez que os nobres e príncipes das cidades-estado dispunham de fortes ligações com as cidades de Essos mais à leste. Ainda assim, levaria algum tempo até que as forças contratadas e compradas chegassem à representar ameaça aos rebeldes. Deixando um rastro de saques e mortes que sacudiu mesmo as mais ricas e belas cidades do reino do Sol Nascente, as forças armadas de Pol Qo tomaram como quartel os Cinco Fortes. Gigantescas Cidadelas antigas localizadas ao extremo nordeste do Império Dourado, com maciças muralhas de trezentos metros de altura e tamanho monstruoso capaz de abrigar dez mil homens cada um. Pol Qo sabia que os havia tomado apenas pela insensatez de seus governantes, que decidiram enfrentá-lo em campo aberto. Com tanto território para manter, alastrou o fogo ao redor do Império, ganhando cada vez mais homens em suas fileiras. Foi quando as frotas contratadas com o ouro de Yin chegaram. Piratas, mercenários, assassinos, feiticeiros, cavaleiros westerosi e mesmo umbromantes de Asshai uniram-se sob o estandarte do Imperador Azul-Celeste, retomando cidade por cidade. Encurralado nos Cinco Fortes, Pol Qo manteve-se em silêncio por quase um ano, todos os cinco resistindo com seus homens. Relatos de barbárie e loucura vinham de dentro dos muros, mas nenhum general sedia o seu Forte.

   No segundo ano, as tropas de Pol Qo descobriram a fome. Bu Gai já começara a reconstruir as cidades ao redor dos Cinco Fortes, recompensando os comerciantes e antigos moradores que decidissem habitar o local novamente. No Oeste, a Rainha Dragão marchava contra a Rainha Louca, com o inverno anunciando-se sobre o mundo. Previsto para durar anos, o cerco aos Fortes certamente seria um dos mais longos da história. Mas da longínqua Carcosa, Soun Duq cansou-se de esperar até que seus inimigos destruíssem uns aos outros. Após sobreviver à uma série de tentativas de assassinato (o feiticeiro afirmava ter impedido até mesmo um Homem Sem Rosto, que tentara tirar-lhe a vida), o Imperador Amarelo voou nas costas de seu dragão cor de topázio, honrando os antecedentes valirianos de sua dinastia esquecida. Com estranhos olhos azuis apesar da aparência yitsh, plantou o medo nos corações dos príncipes, que renderam tributos a ele declarando-o um novo soberano divino. Abandonado e sem aliados, Bu Gai envenenou toda a corte de Yin e tentou atirar-se da torre mais alta de seu Palácio banhado de ouro. Foi impedido pelos próprios servos, que o atiraram aos pés de Soun quando este decidiu reclamar seu trono. Bu Gai foi queimado e devorado vivo por Wyvern, assim batizado pela sua semelhança com as serpentes caçadoras de mesmo nome.

   Com o auxílio de Wyvern e os nobres que temiam a feitiçaria vermelha estrangeira praticada por Soun Duq, Pol Qo fora finalmente derrotado. Conta-se que, na mesma noite, todos os seus quatro generais bem como o primeiro e último Imperador Dourado, foram mortos pelos espectros sinistros de sombras com feições humanas. Atribui-se o acontecimento às muitas sacerdotisas vermelhas que acompanhavam o séquito do Imperador Amarelo, uma vez que cinco homens nobres com sangue Azul-Celeste (da descendência de Bu Gai), foram encontrados mortos no dia seguinte. O Dragão de Topázio finalmente sentou-se no trono de ouro de Yin, declarando-se o primeiro da Dinastia Topázio,  Imperador do Sol e dos Corais. Soun Duq dominaria ainda em seu reinado a Ilha de Naath, cuja estranha feitiçaria provara-se inútil contra seus sacerdotes Mãos Ardentes e feiticeiras vermelhas, imunes ao veneno das borboletas da costa de Sothoryos. Dominou também as Ilhas Basilisco e os arquipélagos do Mar de Jade, com a Ordem dos Corsários Topázio realizando atrocidades em seu nome, com punho de ferro. A Ilha dos Açoites, a Ilha dos Elefantes, Marahai e mesmo a misteriosa Leng (que uma vez já fora dominada por Yi Ti, séculos antes), caíram perante seu governo. Nos primeiros anos de reinado, convocou sacerdotes de tantas crenças quanto julgara exisitir, para que escolhessem sua Rainha Consorte. A escolha das profetisas ficou com a deusa-imperatriz de Leng, a quem seu povo adorava muito mais que o soberano dourado, mesmo sob a ameaça da espada. Como toda mulher lengii, Khiara Har era uma mulher encantadora, ágil e atlética, de carisma incomparável. Era mais alta que o Imperador Topázio, e possuía poderes misteriosos para ocultar a própria presença ou brilhar como o luar. Tão apaixonado tornou-se Soun Duq, que não tomou o harém de Bu Gai para si.

           Quando os trigêmeos de Soun Duq nasceram, o Imperador presenteou a cada um deles com um dos ovos de dragão que Wyvern chocara. Prosperidade borbulhava pelo Império Dourado, alimentado pelo novo comércio com as ilhas colônias, que também prosperavam com as tecnologias e embarcações do Império com novos colonos mais a oeste. Jogos Nhai foi definitivamente anexada nos primeiros cinco anos de vida dos trigêmos Sayuri, Korin e Nobu, quando os últimos partidários de Pol Qo foram aniquilados ao serem denunciados pela rede de informantes sombrios e sobrenaturais de Soun. Dominando seus domínios com sua deusa-imperatriz e forte feitiçaria, logo o Império de Yi Ti expandiu-se à uma nova era de glória. Quando Soun e Nobu morreram em batalha numa campanha contra Asshai da Sombra pelas Terras das Sombras, a Deusa-Imperatriz Khiara assumiu o trono dourado, nomeando sua filha Sayuri como herdeira de modo oficial. Wyvern caíra na ocasião, mas deixara três dragões adolescentes para trás. Infelizmente, o dragão de Nobu fora feito prisioneiro pelos feiticeiros de Asshai, embora mesmo com feitiçaria não conseguissem uma maneira de fazê-lo obedecer. Mas a derrota e a ausência da besta agitou os príncipes, que começaram a conspirar. Sayuri era a segunda a sair do ventre, e pelas leis de Leng, seu direito suplantava o de Korin. Mas em Yi Ti imperatrizes não eram tão comuns, embora no passado outras tivessem governado. Por este motivo, a decisão gerou controvérsias, e muitos desejavam que o último príncipe vivo tomasse o poder de sua irmã.

           Quando Khiara morreu logo depois, dando a luz à uma menina natimorta, Sayuri foi coroada a Segunda Imperatriz Topázio, aos dezesseis anos. Como seu primeiro decreto, mandou realizar uma celebração em memória da grande deusa-imperatriz, e convidou todos os grandes príncipes do reino. Em meio ao banquete, mandou que seus lanceiros yitish passassem na espada todos aqueles que ela sabia terem conspirado contra sua coroação. Alimentou Ghyscarr e Valyrrion com a carne fresca dos príncipes, ordenando que atirassem Korin do alto da Fortaleza Dourada. Não tardou até que todos soubessem que a criança sombria no trono de ouro possuía o sangue de seu pai, e um coração ainda mais duro. Com olhos ambiciosos e uma mente perspicaz, não tardaria até que a nova deusa Imperatriz virasse seus olhos para terras mais à Oeste. Recusando-se a dividir seu domínio com um homem, manteve-se casta até idade avançada de vinte anos, ignorando os pedidos desesperados dos príncipes yitish, que a desejavam casada com seus filhos. Aceitou apenas quando lhe foi interessante o Príncipe Lilás em casamento, por ser este o jovem governante da importante cidade-estado de Jinqi, local que já fora a capital de Yi Ti nos séculos passados. A união fortaleceria seu governo, que continuou conquistando cidades e impondo medo mesmo aos povos bárbaros do Mar Dothraki. A humilhação da derrota de seu pai ainda não fora esquecida, e Sayuri desejava demonstrar força, para intimidar Asshai da Sombra e vingar a vergonha de ter permitido que aprisionassem um dragão de sua dinastia.

Com o auxílio de seu diluído sangue valiriano, a descendente de Dunq Chai montou o dourado Ghyscarr, dobrando com o auxílio de sua frota de navios corsários e tropas terrestres, cada ilha e província conquistados por seu pai. Visitou seus domínios e destronou magísteres, lordes e príncipes, dando poder aos seus partidários e lavando seu território com o sangue de seus inimigos. A guerra com a Terra das Sombras recuou, e nenhum governo do leste atrevia-se a violar um navio ou caravana mercante yitish. O comércio em Essos tornou-se vasto, e mesmo as mais longínquas regiões do mundo conhecido passaram a ouvir canções e rumores à respeito do Império Nascente, no extremo leste. Da Cidade Dourada, Sayuri deu à luz seus filhos, garantindo a continuidade do legado de sua família. Ambiciosa, voltou seus olhos mais à oeste conforme suas crianças cresciam. Financiando mercenários e lealistas Blackfyre, inflamou a força dos dragões negros. Fez então com que partissem para Westeros, pois ela mesma desejava ardentemente a Baía dos Dragões e a Grande Pirâmide de Meeren, ainda subjugadas pelo governo dos Conselheiros Targaryen. Ainda em seus primeiros dez anos de governo, viu e ouviu, enquanto Westeros modificava sua estrutura política, assim como boa parte das Cidades Livres. Já em idade mais avançada, liberou suas hordas contra a Baía dos Dragões, um frágil amontoado de cidades com glória e orgulho esquecidos. Sua incursão rumo à oeste chamou a atenção de todo o mundo, em temor. Sayuri tomou as cidades de Astapor, Yunkai e Meeren, estabelecendo o Império Topázio como o maior que Yi Ti já produziu. E atualmente, o maior império do mundo. Com esta conquista, toda a configuração política de Essos tem sofrido alterações constantes, com o retorno da escravidão como fonte econômica imediata, a partir da aliança de Sayuri com Volantis e outras cidades escravocratas. Mas a Imperatriz ainda amargura seu ódio por Asshai, lembrando-se do dragão de seu irmão mais velho, atualmente utilizado nos rituais sombrios dos Umbromantes e membros dos Cultos das Sombras, adoradores das pedras negras que descem dos céus de centenas em centenas de anos.  Além disso, um recente apetite pelas terras westerosi, não tardará a impulsionar suas forças para além do Mar Estreito...

Para sua consideração, Jared Harlaw; Explorador-Meistre a serviço da Cidalela em Yi Ti.
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Mensagem por Deus de Muitas Faces Seg Out 23, 2017 10:11 am

A Muralha e Além




Terras de Sempre Inverno.

O trono de gelo era maciço, mas parecia feito de vidro sob a luz clara do sol, cujo calor perdia-se muito antes que sequer tocasse o ar daquele reino congelado. No tempo, no solo, na água. O frio estava em tudo. Pilares erguiam-se em semicírculo, a espiral formada de rochas e crânios dos homens. Crânios de seus servos. Nem mesmo o gelo pudera preservá-los. O reino dos homens venceu a Grande Guerra, mas ele sabia que aquela não seria a última batalha pelo Alvorecer. Tinham um papel a desempenhar, uma fome a nutrir. Só poderiam ter paz quando o mundo inteiro ardesse de frio. Quando cada ser fosse parte do todos. Quando os Outros, fossem todos. Este era o objetivo final. O anseio no coração do gelo. O descanso. Quando os seres do mundo morressem, todos dormiriam no abraço eterno do inverno. Não poderia permitir que outra vez, os homens ficassem em seu caminho, com suas feras de fogo ou seus exércitos. Não.

Era o Rei da Noite. Herdeiro da maldição de seu antecessor. Herdeiro daquele que fora destruído, mas que chegou onde nenhum outro pudera antes. O primeiro dos reis fora feito do vidro de dragão, ele sabia. Vira pessoalmente. O primeiro deles era cria dos Filhos da Floresta, malditos seres que os escravizaram por toda a eternidade. O primeiro deles invadiu o reino dos homens, e foi derrotado. A Muralha foi erguida, e ele caiu. Mas sua rainha perseverou. Infelizmente, sei seu amado ela seduziu um Comandante da Patrulha, transformando-o e transmitindo a maldição. Apenas para que pudesse descansar, perecer. A Rainha da Noite, de cabelos frígidos e olhos brilhantes, motivação para que seu antecessor ruísse o monumento de gelo dos homens, montado em seu dragão morto. Ele culpava o mundo dos homens por sua dor. Ele também falhou.

Agora, o Rei da Noite sabia quem era, e tudo o que ocupava sua mente era a urgência de sua missão. Era a ânsia, o instinto primal. A destruição da humanidade. Suspirando o gélido ar frio, compreendeu que muito tempo devia ter se passado. Lembrou-se de sua antiga voz, mas palavras não vieram à sua boca. Nunca mais viriam. Diferente de sua prévia natureza, esta agora possuía uma mente poderosa o bastante para enviar o seu chamado. Dos recônditos de seu reino invernal, convocou a todos. Suas aranhas gélidas despertaram, cada estalar de suas patas uma nova ressonância de seus poderes. Seus soldados remexeram-se, ossos sob camadas centenárias de neve. Seus generais despertaram, erguendo-se ao seu redor.

Era o Rei da Noite. Mas já fora muitas coisas. Um menino, um warg. Um aleijado. O último Corvo de Três Olhos. Salvou a todos de Winterfell com sua magia, ficando para trás enquanto comandava dragão, corvos, lobos e roubava tantos soldados quantos pudesse, usando a magia de seu antecessor contra ele. Sua família mortal fugiu, e eventualmente sobreviveram à guerra. Dado como morto, ele sentiu a lâmina de gelo atravessar seu peito. Mas o que realmente doeu, foi o fragmento de vidro de dragão que o tirou do sono da morte. Durante cem anos atado àquela cadeira, ele sofreu e agonizou. Gelo desintegrou seu sangue. Seus ossos se romperam e reergueram, uma liga cristalina. Sua coroa de gelo adornou sua cabeça crescendo entre fios de cabelo, longos como os de uma mulher. Toda a dor varreu para longe o nome que possuíra. Varreu para longe qualquer calor de uma vida humana. Era uma força, era a tempestade. Era o Grande Outro.

Sabia que seu despertar também traria um novo Corvo de Três Olhos. Mas sem aquele que o guiasse, o infeliz sofreria uma morte prematura, quando pisasse em seus domínios. Podia sentir os poderes que se agitavam no universo, conspirando para mantê-lo preso em sua maldição. Venceria a todos. Seria também o último Rei da Noite. Bran Stark estava morto.


A Muralha.

O Lord Comandante Temman Lefford observou as árvores além da Muralha, ansioso. Dentro de poucas horas terminaria o prazo para que seus homens retornassem de Durolar. A Cidade Selvagem, como gostavam de chamar, era o centro comercial Além da Muralha, e um local considerado sagrado após ter sido o primeiro campo de batalha na Guerra da Aurora. Atualmente, com as relações amistosas entre a Muralha e a maior parte das tribos, era comum negociarem bens na região, assim como era cada vez mais fácil encontrar pescadores de Skagos ou Ibben, que aventuravam-se mais a oeste. As terras frias do Verdadeiro Norte eram um mercado mais fácil para mercadores e navios pesqueiros humildes, que os portos sofisticados de Porto Real, Porto Branco ou Vilavelha. Ali no Norte, mercadorias e comerciantes muito mais exóticos conviviam. Por vezes, Temman recebera relatos de feiticeiros de Asshai no local, o que não gostou nem um pouco.

Mas o território era deles, e os selvagens podiam muito bem fornicar com feiticeiras se quisessem. Ele ficaria satisfeito se os homens retornassem com o novo carregamento de vinho e presunto, como haviam sido ordenados. Infelizmente desertores ainda eram um problema da Patrulha, mas agora muitos abandonavam seus postos, julgando mais atraente viver entre os selvagens e sua anarquia barulhenta. Durolar era uma cidade sem rei ou Lord, apenas o Magnar do ano vigente tinha alguma autoridade. E isso apenas entre suas paredes. Originalmente um título dos Thenns, Magnar tornou-se um cargo, um posto a ser ocupado, como porta-voz dos nortenhos. Seus modos rústicos e violentos ainda eram tão enraizados quanto antes, mas ainda assim alguns deles transitavam à Sul da Muralha, vez ou outra. Desde o reinado de Daenerys e o governo de Jon Stark no Norte, ficou decretado que a Muralha protegeria apenas dos Outros e de conquistadores ou auto-proclamados Reis-Para-Lá-da-Muralha. Aldeões e camponeses nunca mais poderiam ser impedidos de atravessar. Toda mão de obra era útil, especialmente para que não se somasse aos exércitos de um Rei da Noite. Isso fez com que, apesar do novo prestígio dos Irmãos da Patrulha, seus membros se tornassem mais negligentes em sua vigília.

Muitos acreditam que o mal foi completamente derrotado, cem anos atrás. Outros, agradecem por não terem sido presos ou mortos, aproveitando das boas instalações e comida dos sete castelos da Patrulha, quatro deles recentemente reativados, no fim do reinado da Rainha dos Dragões. Os irmãos de negro possuíam também uma frota um pouco maior, que permitia incursões através do mar, para o continente hostil de Sempre Inverno. Ali, patrulheiros enlouquecidos relatam ocorrências de sereias assassinas, dragões de gelo, aparições, baleias gigantescas e serpentes marinhas, com terror. É de fato uma terra para poucos, lar das feras mais horripilantes do hemisfério norte. Para Lefford, todo treinamento pode ser o último. Conhecido como o Sol Negro, devido ao brasão de sua Casa original, Temman é um homem leal aos Sete Reinos, rígido e implacável. Ele precisava ser, para manter a todos na linha e garantir que os recursos dos reinos eram empregados de forma eficiente na proteção do mesmo. Mas não estava preparado para o que veria naquele dia.

Saídos de entre as árvores, os cavalos vieram à toda velocidade de suas pernas. Os homens sopraram o berrante para que o portão fosse aberto, quando as carroças estavam perto o bastante. Uma das criaturas quebrou o pé, girando e caindo, trazendo abaixo a carroça que vinha logo atrás. Esta quebrou sobre o cavalo, esmagando-o e espalhando vinho por toda a parte. Não se via um so patrulheiro. Era uma caravana fantasma. Mais tarde, contabilizando os recursos obtidos, Lefford receberia notícias de Durolar. O destacamento de guerreiros que escoltavam os homens da Muralha não retornara. Para os selvagens, aquilo só podia significar uma coisa. Não era mais seguro transitar além da Muralha. Os Outros haviam despertado.
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Mensagem por Deus de Muitas Faces Qui Out 26, 2017 9:00 pm

Os Sete Reinos de Westeros




  “Quando você joga o jogo dos tronos, você ganha ou morre. Não há meio termo.”


Os Sete Reinos estavam por um fio. Embora esta verdade já fosse uma presença silenciosa nos últimos anos, o Torneio de Jardim de Cima deixaria todas as rixas e desavenças ainda mais acirradas. Os acontecimentos desencadeados pelo encontro de todas as poderosas famílias de Westeros marcaria para sempre o destino do continente. Era fato que a crise entre Dorne e a Coroa apenas se acentuaria com o passar do tempo sem que nenhuma atitude fosse tomada por um lado ou outro, para suspender a querela. Era fato que ao aproximarem-se do poder, Arryns e Lannisters competiriam por influência e posição. E era fato, que não se deveria subestimar a fúria de um Baratheon. Especialmente um insatisfeito com o Governo dos dragões negros, sedento pela oportunidade de mais uma vez, alcançar o poder que outrora pertencera à sua família.

As dívidas da Coroa eram enormes. Ainda assim, em um acordo secreto para embargar Dorne e as Terras da Tempestade em caso de rebelião aberta, o Trono de Ferro abriu mão dos impostos pagos pela Campina, reino mais rico e fértil do continente. A decisão não demoraria a ser descoberta, provocando insatisfação e contrariedade entre a Coroa e os Tullys, também fornecedores da Capital e responsáveis por grande parte do sustento Blackfyre. No Torneio, oportunidade em que as Casas reuniram-se para dialogar e realizar acordos, muitas alianças foram feitas. Para apaziguar os Tully, um casamento foi arranjado. Bem como com os Lannister, para garantir o apoio dos mesmos numa hipotética guerra. Rhaegel Blackfyre, herdeiro do Trono de Ferro, recebeu a donzela Mirianna Lannister em casamento, tornando-a a futura Rainha dos Sete Reinos. Sua irmã Daena, foi entregue à Lyonel Tully. Jaeharys tomaria a própria irmã, Naerys, como esposa. Todos os acordos e tratos foram firmados no Torneio, enquanto à vista de todos, apenas as festas formais ocorriam.

Seus opositores não foram menos eloquentes. Apressada em garantir sua posição como Senhora de Ponta Tempestade, Ella Baratheon seduziu o jovem Bryan Stark, que foi obrigado a casar-se pela honra, em uma união semi-matrilinear, onde o primeiro filho herdaria seu nome, e o segundo o de Ella. A irmã de Bryan, Mabel, foi alvo de uma oferta irrecusável da Senhora dos Espinhos, que prometeu que a jovem seria preparada por ela própria, para assumir seu lugar como Lady de Jardim de Cima. Mabel foi prometida à Jasper Tyrell, então Lord da Campina. Buscando apoio, os dorneses ofereceram Rylon Martell à governante Baratheon, e sua irmã Katherine casaria-se com o filho mais novo de Lorde Hightower. Seu compromisso levaria a irmã de Ella, Myla, a casar-se, partindo para Lançassolar com a família de seu prometido. O rapaz Hightower também partiria, para tornar-se o futuro Príncipe Consorte de Dorne. Os Arryn também receberam novas aquisições. Lord Arryn casou-se pela quarta vez com Alerie Hightower, Pérola de Torralta, ganhadora do título de Rainha da Beleza pelo vencedor do torneio de Justas, Lord Arrow. O fervilhar de tramas e contratos de matrimônio sofreria um abalo quando, em uma disputa, o Lord Jasper Tyrell acabasse sofrendo um terrível acidente ao enfrentar o príncipe Rhaegel. Um defeito na cela de seu cavalo teria desequilibrado-o, provocando um empalamento aterrorizante, quando a lança do príncipe atravessou a garganta do Guardião do Sul. Transtornada, a Rainha dos Espinhos teria interrompido as comemorações do Dia de Seu Nome e decretado um luto de três dias, o que obrigava todos a permanecerem no local.

Uma fagulha de desconfiança incendiou Jardim de Cima, fazendo com que todas as Grandes Casas duvidassem umas das outras. Qualquer um poderia ter sabotado a cela do Lord Tyrell, para forçar sua família à assumir uma posição na guerra. Os dorneses começaram a acusar os Lords das Terras da Coroa, enquanto estes acusavam os dorneses. Senhores da Tempestade acusavam os Lannister, que por sua vez acusavam os Arryn, seus rivais na Capital. Por fim, ficou decidido pela Casa Tyrell que o incidente seria declarado como um mero acidente. O filho de Jasper foi nomeado Supremo Marechal da Campina e recebeu o título de Guardião do Sul da própria rainha, Rhaenys. O rei ficara para trás, com alegada doença. Investido de seu título Olyvar Tyrell nomeou sua avó Guardiã Regente, até que estivesse pronto para assumir o título. Ele viajaria com sua nova esposa para Winterfell, onde planejava aprimorar-se em combate. Para todos, ficou clara a inexperiência do rapaz e sua pressa em afastar-se do luto que tomara sua família. Em segredo, grande parte dos Lords da Campina agradeceram por mãos competentes assumirem o governo novamente.

No final do período de luto, as últimas provas foram realizadas, e um grande festival aberto teve início. Casamentos foram realizados para honrar a Mãe, elegida protetora de Lady Desmera. Septões e septãs tinham trabalho triplo, enquanto senhores nobres e aldeões casaram-se em comemoração. Para adiantar seus interesses, mesmo Lordes de Grandes Casas participaram do processo, aparentemente felizes com as festividades. Vinho, comida e frutas abundavam, de maneira intoxicante. Foi quando tudo deu errado. Durante os encerramentos das festividades, quando os últimos casais seriam unidos, Rylon e Katherine Martell deixaram o Torneio sozinhos, sem avisar aos seus familiares. Ofendida, Lady Baratheon voltou atrás em seu acordo, recusando-se a permitir que sua irmã fosse abandonada pelo seu prometido. Foi quando todos perceberam que a princesa Naerys e o príncipe Jaehaerys também haviam sumido. Imediatamente os Lannister acusaram os Martell de rapto, quando os dorneses presentes afirmaram que os príncipes teriam fugido para escapar de uma união abominável entre irmãos. Tensão e caos se instalaram, quando Lord Hightower exigiu reparação pela ofensa à honra de seu filho.

Por fim, em respeito ao território neutro da Campina, nem a Casa Real nem os Martell iniciaram uma carnificina. Contudo, uma abalada rainha Rhaenys viu seu filho declarar guerra aos dorneses, alegando que terminaria o que os desertos começaram, caso seus irmãos não lhe fossem devolvidos. Os Blackfyre partiram o mais depressa que puderam, assim como os Martell, visivelmente abalados com a atitude de seus herdeiros. Foram acompanhados da comitiva Lannister e Tully, em respeito às novas alianças. Os boatos sobre o ocorrido espalharam-se como a praga, entre o povo de nascimento comum. A Fé dos Sete imediatamente começou uma campanha contra a união valiriana entre irmãos, alegando que a desgraça cairia sobre os reinos devido aos costumes bárbaros da Casa Real. Secretamente tramando contra os Lannister, suspeitos da morte do Lord Tyrell, a Senhora dos Espinhos convocou uma reunião em segredo, entre Starks, Baratheons e Arryns. À todos, apresentou arquivos em posse de seu sobrinho, Lorde Hightower. Os pergaminhos pertenciam ao Arquimeistre de História e Grande Meistre do Trono de Ferro, e haviam sido confiados em segredo ao Farol do Sul. Nele, constava a anulação de um casamento ocorrido cento e vinte anos atrás, entre Rhaegar Targaryen e Ellia Martell. Havia também uma carta manuscrita, deixada por Daenerys Targaryen ao seu Conselho da Rainha, nomeando Jon Stark como Aegon Targaryen, herdeiro do Trono de Ferro em sua morte.

Mantido em segredo, o documento havia sido guardado pelo Conselho e escondido pela Cidadela, já que pretendiam que um governo formado por representantes de toda Westeros prosseguisse, pois acreditavam que daquela forma, com o povo escolhendo seus líderes, teriam fins os sangrentos conflitos dinásticos. Os planos da Cidadela foram frustrados pela invasão Blackfyre, e quando os Stark ajoelharam, não havia sentido em revelar o ocorrido. Mas com o enfraquecimento da Coroa, suas dívidas exorbitantes e o poderio Lannister, era finalmente chegada a hora. Starks de Winterfell eram Targaryens, a descendência de Rhaegar. Os últimos dragões legítimos. Ninguém duvidaria das palavras da lendária Mãe dos Dragões, considerada uma heroína quase semidivina, mesmo pelos religiosos. Unindo à reclamação de Bryan qualquer direito que tivesse como uma Baratheon, Ella apoiou a mudança de estandartes de seu marido, que permanecia em dúvida. Os Hightower anunciaram seu apoio à causa, enquanto Tyrells e Arryns alegaram que iriam aguardar até que o novo pretendente a rei provasse sua capacidade. Para todos os efeitos, ninguém saberia sobre os novos dragões.

Antes mesmo de chegar à Porto Real, Lorde Arryn havia recebido um corvo, informando-o que seu cargo como Mão do Rei fora revogado e entregue à Lorde Romeo Lannister. O príncipe dos Sete Reinos informava ainda, em pergaminho selado pelo brasão de seu pai, que o Lorde deveria apresentar-se como novo Mestre da Moeda, assim que possível. Ignorando o documento, Artys mudou o curso de sua comitiva para o Ninho da Águia, abandonando seus senhores à própria sorte. Não ficaria contra Ella, seu amor da juventude.

Em Dorne, Naerys casou-se com Rylon diante de um septão. Seu irmão casou-se com Katherine em seguida, fazendo valer o acordo secreto entre os quatro. Katherine colocou em risco sua família pelo amor de Rylon por Naerys. Os dois apaixonaram-se em segredo, durante o torneio. Seu casamento com Jaehaerys era apenas a parte política do acordo. Tinham a esperança de terminar aquele conflito de uma vez por todas.

Em um navio para o Porto Branco, Ella Baratheon escreveu o decreto no qual nomeava seu irmão bastardo, Edrigan Storm, como intendente de Ponta Tempestade em sua ausência. A decisão era motivada pela liderança religiosa do rapaz, Alto-Sacerdote da Fé Vermelha, e um homem com seu sangue, como seus Lordes desejavam. Deixar uma de suas irmãs em governança, seria convidar a guerra entre seus vassalos, já hostis entre si. Bryan ainda decidia sobre sua posição futura, se assumiria o manto de sua real descendência, ou se continuaria a envergar o lobo gigante, com o qual crescera.

No Jardim de Cima, a Rainha dos Espinhos tratou de começar a instruir seu neto no Governo, que desistiu de levar sua esposa de volta para o Norte, sabendo do que poderia ocorrer caso Bryan finalmente revelasse sua origem. Ele e Mabel eram Targaryens, e Olyvar devia protegê-la, bem como aos seus futuros filhos.

Em Porto Real, Tullys e Lannisters chegaram à Fortaleza Vermelha para celebrar os casamentos de Mirianna Lannister com o Príncipe Rhaegel. Apenas os Lords das Fluviais, Oeste e Terras da Coroa compareceram, depois do Torneio. Muitos ainda encontravam-se na Campina, retornando aos seus lares. Contudo, a rainha e seus aliados seriam surpreendidos pela bandeira negra hasteada sobre a Capital. O rei estava morto. Aguardando sua senhora, o Grande Meistre e o Mestre dos Sussurros revelaram que o corpo do rei havia sido encontrado em sua torre, degolado e coberto por uma bandeira Targaryen. O lema “Fogo e Sangue” havia sido entalhado em seu peito nu.

Em luto, a cidade coroou seu novo rei e sua rainha Lannister. Por todos os Sete Reinos, Lords e Ladies viram a morte de Daemon como um sinal de que os tempos estavam prestes a mudar. Mesmo nas Ilhas de Ferro, a notícia chegou, despertando a cobiça por novas conquistas. Mas em uma sala elevada, coberta de mármore do Banco de Ferro de Braavos, um gerente sorria satisfeito. À sua frente, a figura encapuzada com um manto meio negro e meio branco, declarava seu contrato concluído.


“De um jeito ou de outro, o Banco de Ferro sempre terá seu ouro de volta”.



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Mensagem por Deus de Muitas Faces Sáb Out 28, 2017 10:09 pm

O Império Dourado de Yi Ti




Para Além do Mar Estreito.

      Essos agitava-se em um conflito que parecia anunciar tempos nebulosos à frente. A jornada escravagista da Imperatriz Dragão parecia ter as cores inversas daquela que no passado, a Mãe dos Dragões fizera, para libertar o povo da Baía dos Dragões, agora Baía dos Escravos novamente. Embora estivessem agradecidas pelo retorno do modo antigo, as Cidades Livres haviam, com o tempo, adaptado-se à nova economia que dependia dos gastos e ganhos de todos os cidadãos. Incluindo aqueles que, descendentes de escravos, teriam de retornar aos seus antigos postos. Muitos Magísteres, Lords, Senhores do Mar e Sacerdotes influentes seriam escravizados sob o governo de Sayuri Chai, além do prejuízo econômico, causado pelo vazio provocado pela escravidão. Escravos não compravam, não vendiam. Escravos não podiam ter bens próprios. Escravos eram finalmente, um problema para o mundo cada vez mais mercantilizado. Mesmo os horrores provocados pelos homens de ferro nas Ilhas de Verão, nada eram se comparados à dor infligida aos escravos sob o domínio tirânico de Sayuri. Com trabalho forçado e milhares de mortos, templo e estátuas eram erguidos em sua honra, adornando de ouro as pirâmides de Meeren, Yunkai e Astapor. Qarth transbordava do povo yitish, Leng tornara-se um porto quase tão rico quanto o Porto Branco do Norte westerosi. A própria YiTi, centro de tanto poder, parecia uma cidade-paraíso, com seus jardins suspensos e torres com tetos adornados em ouro e pérolas. Às custas do sangue dos conquistados. Mesmo Jogos Nhai recebia cada vez mais tropas e exércitos, prontos a avançarem contra o Mar Dothraki.

         Estes, eram um problema terrível para a Imperatriz. Descendentes do Grande Khalasar que cruzara o Mar Estreito sob o comando de Daenerys Mãe dos Dragões, a quem haviam ajudado a libertar todo ser vivente, pressionando mesmo as Cidades Livres para que aderissem ao novo mundo, os Dothraki ainda a adoravam ao lado de seu Grande Garanhão, como a reencarnação de Azor Ahai, o Garanhão que Monta o Mundo. Estarrecidos pelo poder da Imperatriz, todo Khal vivente reuniu-se em Vaes Dothrak, onde as Dosh Khaleen previram que YiTi seria a erva-fantasma, que cresceria e devoraria o mundo. Como uma criatura demônio, devoraria o sangue dos povos, deixando-os indefesos para a vinda do Leão da Noite. O Frio. As Dosh Khaleen clamaram então, e pela primeira vez, arakhs foram erguidos na cidade sagrada. Todos os Khals enfrentaram-se, honrando seus inimigos até a morte. O último deles Khal Aggo, foi nomeado o novo Grande Khal, que vingaria o legado da Mãe dos Dragões governando a todos em um só povo, até a morte ou a vitória. Em Braavos, rumores da nova rebelião alcançaram os ouvidos do Templo do Preto e do Branco. Os Homem Sem Rosto, forçados a serem imparciais, eram também escravos em sua origem, quando um feiticeiro valiriano os ensinou pela primeira vez, a trocarem de rosto. Não permitiriam que o mundo retornasse aos meios antigos. Em pacto com o Banco de Ferro de Braavos, assassinaram o rei do Trono de Ferro, Daemon II, em troca de ouro. Não para seu Deus ou templo, mas para os arakhs e adagas na noite. Núcleos e facções começaram a surgir em cada cidade governada pelos Chai, onde seu domínio era mais fraco. Bandeiras Targaryen eram deixadas sobre corpos eventualmente encontrados. Chamavam-se os Filhos do Dragão, e não tinham aparência. Qualquer um que pudesse ser capturado acabava por morrer antes de revelar qualquer informação.

      Mesmo em Volantis, onde o Templo da Fé Vermelha liderava suas bases ao redor do mundo, conspirações e magia de sangue erguia-se contra os dragões dourados. A Grande Sacerdotisa Kinvara, evocando fogo e sangue, lançava mão de cada magia empoeirada em suas estantes, convocando cada sacerdote ao redor do mundo, para pregar contra a falsa deusa Sayuri, que não era a Esposa de R'hllor, mas do Grande Outro. Enviando expedições para as Terras das Sombras, com o auxílio dos Feiticeiros de Asshai da Sombra, única nação a derrotar YiTi em batalha, a Fé Vermelha busca meios para encantar dragões, para usá-los contra sua mestra. Não é certo se qualquer uma destas expedições pela regiões mais sombrias do mundo terão êxito, mas a verdade é que cada vez mais, o mundo move-se para reagir contra os domínios do dragão dourado. Na costa mais à oeste de Essos, as Cidades Livres preparam-se, utilizando os dothraki como cortina de fumaça. Logo, poderão revelar suas intenções ocultas, tomando de sua rival ao menos parte do poder conquistado.

        Em YiTi, Sayuri recebe a comitiva Blackfyre de Ilha da Garra. Buscando uma aliança com a monarca, Visenya Blackfyre ofereceu a mão de seu filho em casamento. Para considerar a oferta de Daeron, Sayuri exigiu que este viajasse até Asshai, e de lá para as Montanhas das Sombras, para que retornasse com vida ao seu reino, trazendo um ou mais ovos de dragão. Só então poderia considerá-lo um igual para sua filha, a princesa Mikasa, futura Esposa do Deus. A chegada dos Blackfyre faz os olhos da Imperatriz voltarem-se para Westeros. Ela sabe, porém, que precisa ter a certeza de proteger seu Império, antes que seus dragões ataquem o Oeste. Não cometeria o erro de seus antepassados. Antes eliminaria cada um que se opusesse à Dinastia dos Chai. Somente então faria o que nenhum yitish, nem os deuses de outrora, alcançaram. Conquistaria todo o mundo.


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