Porto Roxo

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Mensagem por Senhora das Lanças Sáb Jun 17, 2017 3:48 pm



Porto Roxo

É um dos principais portos de Braavos, está localizado logo abaixo do Palácio do Senhor do Mar, pertencendo somente aos mercadores da cidade. As melhores hospedarias, bordéis e restaurantes ficam nas redondezas do porto.
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Mensagem por Anne Dieu-le-Veut Ter Ago 01, 2017 1:05 am

Capt. I - Meeting Sallazar Saan

Flashback entre Anne e Sallazar San
Ocorre na primavera do ano 403 DD
Anne estava com seus 15 anos
Treino de A D A G A S

    Já fazia um pouco mais de quatro meses que ela se encontrava no novo território. Essos era um continente imenso e completamente diferente de seu reino, Dorne. Nos primeiros dias ela passara por muitos maus bocados e quase retornara ao antigo estilo de vida o qual havia decidido deixar para trás junto com a "família", todavia, os deuses foram afortunados para com a Le-Veut, dando-lhe uma nova oportunidade de vida ao ser acolhida como pupila de Tristan, um famoso mercenário que estava de passagem por Braavos.
    Era início da manhã e Anne estava de pé antes mesmo do nascer do sol, treinando. Em um movimento fluido e continuo, a ruiva desembainhou a faca do cinto atado a perna e a jogou no alvo, a girando na mão para ficar na posição oposta da sacada: o movimento era simples e tinha o  objetivo potencializar a força e a precisão da lâmina. O projétil deslizou suavemente pelos cabelos de Tristan e lhe arrancou uma mecha, se fincando no alvo atrás dele. Anne suspirou e olhou o resultado decepcionante, tinha acertado o alvo errado.
   O tutor arqueou a sobrancelha numa pergunta muda, afinal, no que ela estava pensando?
    ── Os resultados seriam ótimos, se você quisesse acertar tudo menos o alvo ── o moreno resmungou estendendo a mão, a ruiva lhe passou a adaga e logo ele a embainhou na cintura. Tristante andou para trás, amarrando o emaranhado de cabelo num rabo de cavalo alto. ── Farei uma pequena demonstração, observe-me atentamente.
   A garota assentiu e, sem piscar, observou-o desembainhar a adaga, sem nenhum movimento desnecessário. Sem se atrapalhar, ele girou a faca na mão e em uma linha reta perfeita, a disparou contra o alvo, atingindo o centro. Morte instantânea. ── Mais uma ── O mercenário pediu e Anne entregou. Repetindo o gesto de tirar da bainha, este movimento foi mais rápido: Tristan jogou a faca na diagonal no momento que esta estava longe o suficiente da bainha. O resultado não foi o centro perfeito, mas algo bem perto disso.
    ── Uau... ── a mais nova exclamou.
    ── Você analisou o movimento? ── Ele questionou com seu tom de voz sério e os míseros três segundos em silêncio por parte da garota fora o suficiente para fazê-lo notar que ela ainda estava processando o ocorrido. ── Vou lhe dar uma dica, Le-Veut, torne-se una com a adaga. ──Tristan era assim, não fazia o tipo professoral, por isto, tudo o que Anne poderia fazer era arrancar o máximo possível das poucas demonstrações dele e as vagas dicas que quase nunca a levavam a lugar algum. ── Vamos Le-Veut, nós não temos o dia todo. Se entendeu o movimento, pratique. ── E aquele era o sinal de que ela teria que lidar sozinha com a lição. Anne inspirou fundo e se dirigiu aos alvos, recolhendo as adagas. Internamente ela proferia mil e um palavrões contra o tutor, afinal, para Tristan, estava óbvio o porquê de ser tão fácil.
    Sem reclamar, ela se voltou à prática, antes de realizar cada lançamento ela mentalizava a cena de Tristan lançando a adaga. Primeiro ela tinha que desenvolver o ato de desembainhar, quanto mais prática e ágil ela fosse, menos tempo ela gastaria para se armas e isso contava na hora em que a vida estava em jogo. Anne tentou um, duas, três vezes. Ela estava começando a perder a paciência quando, somente na sexta tentativa, conseguiu retirar a adaga de forma eficiente da bainha.
    Agora, era hora de treinar o lançamento. "Tornar-se una com ele...", ela mentalizada a cada lançamento falho. Cada tentativa a deixava frustrada, quando o ápice de seu stress chegou, ela tentou pela última vez. Talvez fosse a raiva ou simplesmente o fato de o movimento ter sido mais rápido, seguindo a segunda demonstração feita por Tristan de lançar a arma na diagonal. A faca se fincou no mais externo dos anéis. Mesmo esse pequeno feito não tinha sido o suficiente para levantar-lhe o astral.
    ── Mas o que diabos isso quer dizer? ── ela explodiu, lançando a ultima faca na direção do tutor o qual sequer teve o trabalho de se desviar, ela havia errado afinal.
    ── Ainda não conseguiu desvendar o mistério, Anne? ── ele desdenhou.── Bom, o seu tempo acabou, temos trabalho pela frente, recolha as adagas. ── o mais velho decretou levantando-se.
    ── Para onde iremos? ── ela questionou. Tristan sequer lhe deu atenção, bufando, ela somente o seguiu. Afinal, cedo ou tarde chegariam ao destino.

(...)

O Porto Roxo era um local deslumbrante, principalmente quando comparado ao Porto de Ragman. Anne avaliava tudo com o olhar, pesando cada possibilidade de furto, ela era boa com isso também. Enquanto caminhava ela já tinha conseguido afanar a bolsa de ouro de um mercador desavisado que a confundira com uma das muitas concubinas dos bordeis local, seu esbelto corpo e seu exótico cabelo eram, também, suas armas.
    ── Pare de chamar atenção. ── O mercenário a repreendeu fazendo-a olha-lo com raiva. E, amuada, ela se comprometeu a somente segui-lo. Enquanto caminhavam pela extensão do porto, Anne avaliava as embarcações, eram melhores que a do porto Ragman e carregadas de boas mercadorias, uma prova de como Braavos dava prioridade aos seus.
    ── Então, poderia ao menos me dizer quem iremos encontrar? ── ela questionou curiosa. Tristan apenas deu-lhe seu típico sorriso faceiro e manteve-se calado enquanto caminhava. Novamente a ruiva bufou, detestava o temperamento do mercenário sempre fazendo suspense e nunca revelando muito de si.
    O sol estava a pino, já era horário do almoço e o estômago da dornesa se revirava de fome quando, enfim, pararam. Diante deles se erguia uma bela embarcação com nomes ainda desconhecidos para a garota que não conhecia o dom da leitura. "É aqui", ela concluiu, finalmente sua curiosidade seria saciada.


vitu


Última edição por Anne Dieu-le-Veut em Qua Ago 02, 2017 12:00 am, editado 2 vez(es)
Anne Dieu-le-Veut
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Mensagem por Sallazar Saan Ter Ago 01, 2017 11:21 pm

Espadas de Aluguel I


Flashback - Essa passagem se passa em 403 DD

Sallazar estava desfrutando de seu almoço, carneiro assado com pimenta e rum negro na cabine do capitão acompanhado apenas pelo silêncio, o doce silêncio nenhum pouco habitual para seu navio. Seus homens estavam um tanto apreensivos, Braavos não gostava de piratas e havia gritado isso para o mundo todo ouvir. Por sorte, o Capitão Salla Sem-Alma ainda não era conhecido em Braavos mas o emergente comerciante Sallazar Saan sim. Então seus homens estavam fazendo seu melhor para parecerem marinheiros comuns, Salla não havia levado o Garra de Lobo para aquela viagem, uma Galera de Guerra armada chamava muita atenção. Ele havia optado por uma corveta simples. A porta da cabine foi aberta e o Primeiro-Imediato da tripulação, Zhabal, se mostrou ser o culpado.

- Fale. – Salla não olhou para o recém chegado, ele devotou sua atenção a terminar seus assuntos com aquele carneiro.

- O mercenário está lá fora.

- Então traga-o a bordo.

Salla terminou seu almoço, Zhabal obedeceu seu capitão e Tristan subiu a bordo. Naquele momento, Tyberios Saan já havia se juntado ao irmão na cabine do capitão. Salla estava sentado em sua cadeira atrás da mesa com seu irmão em pé ao seu lado quando Tristan entrou na cabine acompanhando por uma jovem mulher.

- Sallazar Saan,eu estou...–
Tristan Leftman era um mercenário eficiente, ninguém ousaria questionar isso mas talvez ele não soubesse escolher bem como abordar alguém.

- Capitão. – Salla falou de forma sugestiva para o mercenário.

- Desculpe?

- Capitão Sallazar Saan. –
Zhabal havia entrado na cabine junto com os dois e corrigia o westerosi.

- Capitão Sallazar Saan, eu estou aqui. Trataremos de negócios?

Sallazar estendeu a mão em direção a cadeira do outro lado da mesa, oferecendo para que Leftman sentasse. Ele havia notado Anne e havia estranhado, ele planejava contratar Tristan mas não sabia que ele viria acompanhado.

- Você é a assistente dele? – Salla ignorou Tristan por um momento e se dirigiu para a jovem. Ele aguardou sua resposta antes de falar com seu mentor.

- Vamos ser diretos aqui. Você é um mercenário. Eu sou um pirata. Você mata por dinheiro. Eu preciso que alguém morra. A lógica é bastante simples não é? –Tristan abriu a boca como se tivesse esboçado uma resposta mas Saan não o deixou falar, ele tinha o hábito de fazer isso. – O nome Mero Starssiros significa algo para você?

- O mais temido pirata de Essos. Um grande marinheiro e um guerreiro sem igual. Por quê?

- É ele que quero que você mate.

Tristan ficou em silêncio olhando para Sallazar. O capitão conhecia aquela expressão, o homem sabia que aquilo estava além de suas capacidades mas não queria demonstrar isso. Muitos homens morriam por isso. Novamente Salla decidiu ignora-lo.

- Você quer ver algo lindo? – A jovem Anne foi seu foco novamente.

Sallazar e seus “convidados” foram para o interior do navio se direcionando até a parte mais baixa enquanto o capitão falava.

- Eu não sou um suicida Tristan. Não é como se eu esperasse invadir a fortaleza de Starssiros e lutasse contra ele e seu exército de monstros. Eu tenho um plano.

O grupo parou perante uma porta guardada por um pirata, um ilhéu de verão mal-encarado coberto de cicatrizes, ainda assim ele abriu a porta com certa reverência para Sallazar e a fechou de imediato quando o Capitão e seus convidados entraram. Agora eles eram quatro, isso contando com o homem preso sobre uma mesa naquela sala.

- Eu lhes apresento Syrio Dynarios. Contramestre do Deus da Morte. O navio de Mero Starssiros.

Salla levantou as mangas de sua camisa de seda enquanto pegava uma faca de cortar carne de uma pequena mesa perto da parede. Ele caminhou ao redor da mesa deixando a faca deslizar pela pele do refém, não o suficiente para cortar.

- Ele não gosta muito de falar então lhe fiz o favor de cortar sua língua. Não antes de me contar o que eu precisava saber. – Havia um sorriso sádico no rosto do pirata – Esconderijos, nomes, navios, contrabandistas, receptores, até das putas.

Finalmente Sallazar parou e cortou um pedaço da pele de Syrio. Pele era provavelmente um elogio o que o prisioneiro tinha eram retalhos de partes cobertas entre a carne expostas. Apesar de já não falar o homem fazia barulhos estranhos enquanto o que restava do seu couro era cortado e retirado pelo Capitão Saan.

- Nós não vamos ataca-lo. Nós vamos destrui-lo.

Sallazar identificou um dos pontos do corpo que um Meistre westerosi lunático havia lhe dito que podia causar uma dor imensa a um homem. Ele havia falado um nome que Salla havia gostado, nervos. Ele adorava como aquela palavra estranha soava. Ele apertou o ponto com a lâmina da faca e Syrio se contorceu de dor soltando seus grunhidos incompreensíveis.

- E eu vou usar os ossos deles para fazer uma nova carranca para o meu navio.

A faca de cortar carne era usada de forma irregular para cortar a orelha restante do prisioneiro, o movimento da lâmina era feito de forma devagar. A mão esquerda de Sallazar segurava a orelha de forma firme enquanto a direita a cortava como se cortasse um pedaço de bolo. Quando terminou de a remover ele a devolveu para o dono. Colocando na boca de Syrio.

- Dizem que você é um bom soldado, Tristan. – Ele já havia notado o olhar de Leftman e desconfiava que o mercenário não tinha estômago para aquilo. – Mas eu preciso saber se você é apto para o serviço. –

Saan desenhava com a ponta da faca algum simbolo estranho na testa do prisioneiro de forma calma e detalhista enquanto falava. Novamente ele se viu olhando para a jovem.

Ele caminhou calmamente e não evitou encara-la. Não tentou disfarçar que estava intrigado quanto a ela. Ele largou a faca sobre a mesa próxima a ela e esperou para ver o que acontecia. Nas profundezas escuras de sua mente, ele desejava que ela a pega-se.

- E quanto a você? É apta para o serviço?

Treino de Tortura

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Sallazar Saan
Sallazar Saan
Pirata

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Mensagem por Anne Dieu-le-Veut Qua Ago 02, 2017 10:45 pm

Capt. I - Meeting Sallazar Saan

Flashback entre Anne e Sallazar San
Ocorre na primavera do ano 403 DD
Anne estava com seus 15 anos


   Os astutos orbes azuis se fixaram na embarcação, medindo-a com o olhar. Pelo pouco que conhecia sobre barcos tratava-se de uma corveta. Era simples e típica naquela região e até que bastante limpa se comparada com outras embarcações. Os tripulantes, por sua vez, eram mal encarados e pareciam esconder algo que Anne não sabia dizer ao certo.
    A ruiva ignorou o fato e, sem sequer dar atenção aos olhares cobiçosos sobre seu corpo recém formado, seguiu Tristan em direção à cabine sob os cuidados de um homem cujo nome era Zhabal.
   Como a mera aprendiz que era, apenas ficou a sombra do mercenário observando atentamente a conversa.
   ── Sallazar Saan,eu estou...── O Leftman começou sendo bruscamente interrompido pelo capitão. Anne arqueou a sobrancelha surpresa com o ocorrido, era raro que falassem com o mercenário daquela forma. A Le-Veut observou o mercador corrigir o tutor segurando o sorriso nos lábios, não podia humilhar Tristan de tal forma. Foi então que, por alguma razão, a conversa mudou para ela.
   ── Você é a assistente dele? ── Sallazar a questionou.
   ── Pode-se dizer que sim, senhor. ── ela respondeu altiva, fitando o capitão nos olhos.
   A conversa continuou, a proposta fora feita; até que Sallazar se cansou de esperar a resposta de Tristan voltando, novamente, sua atenção para Anne. "Você quer ver algo lindo?", ele a questionou. A dornesa se manteve calada, não queria, e nem poderia, demonstrar expectativa. Então ele os guiou para o interior do navio, diretamente para um quarto no qual se encontrava uma pobre alma torturada.
   ── Eu lhes apresento Syrio Dynarios. Contramestre do Deus da Morte. O navio de Mero Starssiros. ── O capitão Saan parecia muito satisfeito com aquisição, Anne poderia apostar alguns dragões de ouro que o cara fazia o típico sádico. E, as ações subsequentes serviram para confirmar o que ela acreditava ser verdade.
   De uma forma estranha, Anne aparentou gostar do que via. Seria aquele um gatilho para mais uma nova faceta da ruiva? A dornesa observou atentamente cada ato feito pelo capitão Saan, esquecendo-se quase que completamente de Tristan. Foi então que ela o viu caminhar calmamente até ela, abandonando a convidativa arma próximo a Le-Veut.
   Anne estendeu a mão em direção a arma que a hipnotizava. Queria sentir o peso do aço e, quem sabe, praticar o mesmo que Sallazar havia feito minutos antes. Quando estava quase tocando na arma, a voz fria de Tristan ecoou pelo pequeno aposento, arrepiando-a e quebrando toda o clima. Anne arqueou as costa como se tivesse levando um pequeno susto até que se lembrou de onde estava.
   ── Eu acredito que mesmo que eu seja apto o suficiente, você já tem alguém em mente para o serviço. ── Tristan se pronunciou friamente olhando com expectativa para a pupila. Então, Anne notou, aquela era a deixa dela para começar seu nome no mundo mercenário.
   Desta vez, sem hesitar, empunhou a faca, sentido o peso da arma em suas mãos. A ruiva fitou o Syrio e nenhuma compaixão para com a pobre alma surgiu em seu âmago, sem hesitar, a dornesa espetou a parte pontuda da faca no canto do olho do homem e afundou-a o suficiente para colocar o globo ocular para fora. Espamos percorreram pelo corpo do torturado que soltava som ainda mais incoerentes que antes, só que num tom de voz mais alto. Para finalizar a obra "artística" de Sallazar Saan, Anne cortou o nervo óptico e espetou  o globo ocular colocando-o dentro da boca de Syrio, em cima da orelha como uma "cereja de bolo".
   ── Capitão Saan, se ouvi bem você quer destruir seu inimigo, certo? ── a ruiva se encostou na borda da mesa em que se encontrava o homem torturado, fincando a faca na madeira.  ── Estarei as suas ordens,qual o plano que tens em mente?  

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Mensagem por Sallazar Saan Dom Ago 06, 2017 4:52 pm

Espadas de Aluguel II

Flashback - Essa passagem se passa em 403 DD

Um sorriso perverso dominou o rosto de Sallazar vendo a dornesa brincar com Syrio, Salla se considerava um artista. Ele não trabalhava com pincéis ou com esculturas, ele usava carne e sangue em suas obras e também era bastante capaz de apreciar a arte de outra pessoa.

- Capitão Saan, se ouvi bem você quer destruir seu inimigo, certo? Estarei as suas ordens, qual o plano que tens em mente?  

Sallazar encarou Anne por algum momento, a analisando, procurando por qualquer coisa nela. Qualquer mudança no olhar, qual expressão diferente, detalhes que revelassem algum vacilo em sua determinação.

- Falaremos dos detalhes na hora certa. Se tem mais algo que você precise fazer ou buscar a hora é essa. Meu Imediato, Zhabal irá leva-la a um esconderijo onde irei encontra-la hoje a noite.


Duas batidas na porta e o guarda do outro lado a abriu. Zabhal estava escorando em uma parede próxima.

- Leve Anne e Tristan ao esconderijo. – Salla olhou para dentro da pequena e improvisada sala de tortura e observou que ja não restava muito uso para Syrio. – E se livre desse corpo.

Naquela Noite

A noite em Braavos estava particularmente bela. O clima chuvoso havia cessado e permitido que a lua reinasse majestosa no céu acompanhada por suas milhões de aias em forma de estrelas sem nenhuma nuvem para atrapalhar.

Sallazar havia chegado a um quarto simples de uma estalagem do porto roxo, era o local a que Zhabal havia levado a pequena mercenária. Primeiramente Saan deu algumas ordens para Zhabal e depois falou com a dornesa.

- Você vai encontrar alguns vestidos e jóias falsas naquele baú. Se arrume, nós iremos a um baile com a alta sociedade bravosi.

Após a dornesa estar pronto ambos partiram a caminho do baile. Não ficaria mais claro que Sallazar era um comerciante lyseno se gritasse isso para o mundo. Havia vestido uma camisa vinho de seda, uma pequena capa negra que pendia de seu ombro direito, anéis em vários de seus dedos, botas tão lustradas que poderiam ser usadas como espelho e trazia consigo seu sabre lyseno.

- Cuidado para não escorregar garota porque eu vou derramar um pouco de conhecimento aqui. Ser um pirata não é sobre navegar, matar e roubar. É sobre comércio. Se você saquear um navio e não conseguir vender sua carga você perdeu homens e recursos sem motivo. Nas Cidades Livres nem sempre é fácil repassar seus produtos através do mercado negro. O bloqueio à pirataria imposto por Braavos é muito rigoroso. Então se você não souber as mãos certas para colocar ouro e as gargantas certas para colocar uma lâmina será muito complicado vender seus saques. – Sallazar encarou Anne por algum tempo esperando que ela fosse capaz de conclui o raciocínio dele. – A menos que você consiga legitimar sua carga. Dario Aghar faz isso para Starssiros. Ele usa sua posição de comerciante para vender legalmente os saques do pirata. Nós vamos fazer ele desaparecer.

Os dois chegaram até a mansão de um comerciante bravosi, o anfitrião daquela noite. A mansão era imponente, uma grande construção de pedra cerca por amplos jardins, uma ponte guardada por dois leões de pedra levava até a pequena ilha dominada pela mansão, um grande portão se erguia após a ponte e o sobrenome Vollirys estava gravado no arco sobre o mesmo.

O grande portão estava aberto revelando o jardim interior da propriedade, esta noite com uma iluminação que disputava com a lua e todas as estrelas. O fogo das tochas dispostas por toda parte havia se aliado aos malabaristas e cuspidores de fogo que circulavam entretendo os convidados.

Dois guardas de armadura cuidavam da segurança do portão. Imóveis como estátuas nenhum deles ousou falar com Sallazar e Anne, um terceiro guarda, um bravo a julgar pelas suas roupas e sua espada é que veio os recepcionar.

- Bem-vindos a mansão de Hodoros Vollirys. Se incomodariam de me mostrar seu convite?

- Nenhum pouco. – Sallazar tirou de um bolso um pedaço de papel dobrado com bordas douradas e uma mensagem cordial que Hodoros Vollirys juraria que ele mesmo havia escrito e que seus empregados confirmariam mesmo não sendo verdade e entregou para o espadachim.

Não era necessário uma inspeção rigorosa ali, após correr seus olhos pela mensagem ligeiramente o bravo cordialmente escoltou os recém chegados pelo jardim.

- Seja bem-vindo senhor Saan, espero que aproveitem esta noite.

Enquanto caminhavam pelo jardim, Sallazar observava os convidados aproveitando o melhor que Braavos tinha a oferecer em questão de entretenimento. Malabarista, cuspidores de fogo, contorcionistas, músicos e muito vinho. Mas não era isso que o lyseno buscava em sua caça, ele estava analisando os convidados um por um à procura de seu alvo.

– Ali. – Indicou para a sua acompanhante que parecia distraída em meio aos espetáculos exagerados daquela festa. – Dario Aghar. Agora, tem um motivo para eu ter te trazido e não foi por desejar sua adorável companhia. Dario é um pervertido que simplesmente não consegue resistir a uma jovem. Então eu vou cuidar para que você se aproxime dele e quando ele estiver vulnerável você faz o que uma boa mercenária faz. Perguntas?

Sallazar se aproximou de um grupo de homens bebendo e conversando cordialmente. Hodoros Vollirys, Dario Aghar e algum tyrosh rico que parecia um arco-íris em forma de pessoa e fez Sallazar se lembrar de como chamava os habitantes de Tyrosh quando era criança. “Coloridos.”

- Hodoros Vollirys – Ele se dirigiu primeiro ao anfitrião, era quase uma questão de respeito. – Devo dizer que você tem uma linda casa.

Sallazar se aproximou com o mais cordial dos sorrisos e uma expressão simpática. Ele sabia muito bem mudar sua expressão para a que fosse mais apropriada a seus objetivos.

- Muito obrigado senhor...?


- Que falta de maneiras a minha. Sallazar Saan.


- Ah sim, é um prazer finalmente nos conhecermos pessoalmente. – Vollirys levantou a mão chamando um de seus servos – Vinho para o senhor Saan e sua acompanhante.

Sallazar pegou a taça oferecida e provou o vinho, não mais que um gole, ele devia mostrar classe aquela noite.

- Você é de Lys não é? – Sallazar teve a impressão de que o tyrosh havia perguntado mas era dificil ter certeza uma vez que sua boca se escondia em um mar de pelos faciais azuis. – Ouvi histórias de que é uma cidade difícil para se fazer negócios.

- Os negócios estão em Lys da mesma forma que em Braavos ou Pentos, basta você saber onde investir e onde não e tudo ficará bem.

- Ainda assim, ouvi boatos de um Magister lyseno que tentou barrar um comerciante que vendia produtos obtidos através de pirataria. Dizem que o filho e a esposa dele foram arrastados para fora de sua casa e suas gargantas foram cortadas.

Sallazar precisou tomar mais um pouco do caro vinho de sua taça para não rir lembrando daquela história que ele conhecia muito melhor que qualquer outro dos presentes.

- Os piratas são a escória do mundo de fato, tornam os negócios entre cidades irmãs como Braavos e Lys difíceis. – Sallazar levantou sua taça – À Braavos e sua incansável luta contra a pirataria.

Os demais brindaram junto com ele, quem olhasse de longe poderia achar que eram velhos amigos que bebiam juntos.

- Que Braavos extermine essa raça logo. Tive um carregamento de tecidos inteiro roubado por piratas. Meus homens dizem que foram atacados pelo Barba-de-fogo.

- Tecidos meu amigo? Talvez eu possa lhe ajudar com isso. Tenho um excelente fornecedor em Lys, posso lhe conseguir algo.

- Tenho interesse nisso. Devemos falar mais sobre, senhor Saan.


- Devemos sim, bom se me permitem cavalheiros, irei apreciar um pouco mais da festa oferecida pelo senhor Vollirys.

Hodoros assentiu com a cabeça de forma satisfeita e logo voltou a falar com a tyrosh. Sallazar havia causado uma boa impressão, ele sabia disso.

- Senhor Saan, um momento. – Aghar se afastou do resto do grupo e veio atrás do lyseno.

- Dario não é mesmo? –
Ele não iria admitir que sabia muito bem que Dario Aghar era. – No que posso lhe ajudar?

- Talvez Vollirys ainda não o conheça mas no meu caso a sua reputação o precede. E não estou falando da de comerciante.


Sallazar pode sentir uma gota de ameaça escorrendo pela língua do bravosi enquanto este falava com ele.

- Você me pegou. Peço que não comente isso com nossos amigos, isso seria desastroso para meus negócios.

- Bom, podemos encontrar uma maneira que fique melhor para todos.


- Estou ouvindo. – Ele não precisava ouvir, ele sabia muito bem o que Dario queria.

- Reparei na sua acompanhante. Ele é uma das famosas escravas lysenas?

Sallazar olhou para Anne satisfeito. O peixe havia mordido a isca.

- O que é meu é seu. – Falou com um sorriso cúmplice no rosto.

Dario deu um tapinha no ombro de Saan e foi em direção a dornesa. Sallazar de longe assentiu com a cabeça para Anne. Era a hora de saber se ele realmente estava à altura do trabalho.

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Mensagem por Anne Dieu-le-Veut Sáb Ago 12, 2017 2:56 pm

Capt. II -  The beginning

Flashback entre Anne e Sallazar San
Ocorre na primavera do ano 403 DD
Anne estava com seus 15 anos
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   Já era noite quando Sallazar enfim decidira dar o ar de sua graça no covil, a espera havia sido longa, mas Anne se distraia em um bom jogo de cartas contra Zhabal enquanto Tristan apenas os observava. Quando o pirata chegou, já foi dando ordens para a mercenária.
   ── Você vai encontrar alguns vestidos e jóias falsas naquele baú. Se arrume, nós iremos a um baile com a alta sociedade bravosi. ── Anne arqueou a sobrancelha curiosa com o evento, todavia, nada perguntou e fez o que lhe havia sido mandado. Dirigiu-se ao baú fitando cada um dos tecidos ali presentes, sem ter muitas opções, pegou um um vestido no tom que combinava com sua pele e vestiu-se.
   Anne trajava um vestido vermelho como sangue, contrastando com sua pele morena, a saia caia sem muito volume até os pés com uma abertura lateral até um pouco acima do joelho, expondo suas coxas, enquanto a cintura era marcada por um cinto negro. Um abertura deixava exposto, parcialmente, o colo dos seios da dornesa, enquanto seus ombros estavam desnudos. A ruiva fitou-se em um espelho e arrumou o cabelo da forma mais aceitável que podia, a cabeleira ruiva descia como uma cascata por suas costas tendo como acessório uma tiara de diamantes falsos. Um colar, de pedras igualmente falsas, adornava seu pescoço, apenas para complementar o visual. Uma adaga se encontrava escondida rente a perna oposta a abertura do vestido, era simples, porém afiada o suficiente para o serviço.
   Ao chegarem a festa, fez o papel de acompanhante do comerciante, falava somente quando lhe dirigiam a palavra, o que era raro. Havia muitas distrações ali, desde os meros malabaristas até os famosos cuspidores de fogos. Sallazar era um ator nato, Anne não podia negar isso. E, quando chegou a vez da dornesa agir, o alvo se dirigia na direção dela. Saan dera o sinal e a hora de agir era aquela.
   ── Senhor Dário, capitão Saan me informou que eu seria de grande ajuda agora à noite. ── ela cumprimentou exibindo um sorriso malicioso. O alvo não era muito forte pois seu físico era magro, aparentava ter aproximadamente uns 30 anos de idade e seus cabelos eram negros como carvão, os olhos eram castanhos levemente puxados para um tom de mel e exibiam uma expressão tão maliciosa quanto a dela. Anne aproximou-se do alvo, para os outros era como se ela estivesse contando um pequeno segredo, a verdade era que aproveitava-se da proximidade para seduzi-lo, a única habilidade que a mãe a ensinara. ── Sabe de algum lugar onde possamos nos entreter, senhor? ── ela perguntou em um sussurro, mordiscando-lhe o lóbulo da orelha ao mesmo tempo que se inclinava o suficiente para mostra-lhe o que o belo decote guardava. Dário era uma presa muito fácil.
   Em segundos, já se encontravam à caminho dos interiores da mansão. Quando se viram sozinhos em um pequeno cômodo que mais parecia uma despensa, o comerciante já avançava sobre a ruiva, deslizando as mãos ossudas pelas curvas sinuosas da dornesa e beijando-lhe a lateral do pescoço. Anne inspirou fundo, não gostava da forma como ele a tocava, porém tinha que atuar para conseguir o que queria. A Le-Veut retribuiu os toques enquanto avaliava o local, parecia perfeito e certamente não iriam até aquela pequena despensa até o dia seguinte, era o típico lugar onde somente servos tinham acesso. Além disso tinha o fato de que era afastado da festa o que dava ainda mais segurança para a ruiva,
   Quando Dário a colocou contra a parede pronto para retirar-lhe o tecido que protegia a nudez dela, Anne viu que estava na hora de agir. Contornou a cintura dele com as pernas e deslizou as mãos das costas dele para a própria coxa exposta pelo corte lateral do vestido e dali sacou a adaga. E, enquanto o comerciante beijava-lhe o colo dos seios, Anne deslizava a lâmina afiada pela veia arterial do pescoço de modo que o sangue jorrou quase como se fosse água, era uma veia muito importante que, quando acertada, rapidamente levava a morte. A mercenária o empurrou para longe agradecendo a própria astucia em escolher um vestido vermelho, era perfeito pois ninguém notaria o sangue no tecido. Assim que o serviço fora feito, arrumou-se e refez o caminho de volta para o espaço onde a festa estava sendo realizada.
   Enquanto andava, Anne pode notar que seu coração batia depressa, não se arrependia do que tinha feito. Na realidade, a adrenalina do momento ainda corria pelas veias dela, aquele era o princípio de tudo.
   Assim que avistou Saan, não se dirigiu diretamente a ele, para não levantar suspeitas apenas sinalizou com um movimento afirmativo de cabeça que o serviço estava feito e, para comemorar, serviu-se de uma taça de vinho enquanto apreciava os espetáculos da festa. Um sorriso de satisfação estampava-se na face de Anne.



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