Portão Triplo

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Mensagem por Azor Ahai Dom Abr 09, 2017 1:57 pm

Um portão reforçado que guarda o castelo, sendo a única entrada direta para o mesmo. Oferece alguma proteção ao castelo e aqueles que lá estão devido a ser reforçado e, portanto, difícil de se derrubar.
Azor Ahai
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Administração

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Mensagem por Brandon Penrose Sáb Ago 05, 2017 2:18 pm

TURNO FLASHBACK - UM ANO ATRÁS
BRAN,
THE MAD
O comboio Penrose havia escolhido o caminho mais difícil até Dorne, ignorando os navios e os bons conselhos. Os homens não estavam muito satisfeitos por cruzarem boa parte do deserto castigado e sem esperanças dos domínios Martell, mas as dúvidas de seu Lord eram mais importantes. Brandon Penrose era um homem excêntrico, cheio de decisões questionáveis que por milagre acabavam por render bons frutos. Suas palavras e teorias seriam apenas devaneios de uma criatura perdida, não fosse pelo sangue que corria em suas veias. Como herdeiro de Scrolls, o vassalo da Casa Baratheon tinha força o suficiente para transformar ideias absurdas em realidade, e aquela expedição era uma delas.

No período improdutivo nomeado Fúria dos Desertos, a Casa Penrose havia respondido ao chamado de seu suserano e levado várias sacas de grãos até os portos de Dorne. Mas o curioso Brandon, por sua vez, não havia posto os pés na terra de Nymeria, nem mesmo em sua juventude inconsequente. Decidido a alterar essa situação e dominado por uma ideia ambiciosa, o Lord reuniu seus melhores homens e partiu. Seu interesse era a terra, embora a oportunidade de conhecer o quase recluso Príncipe Roinar fosse brilhante como ouro recém fundido. Penrose reunira os melhores meistres das Terras da Tempestade, os melhores ferreiros e as mentes mais astuciosas em um projeto arriscado, que após anos e uma boa quantidade de dragões de ouro, estava perto de ser concluído.

- Milorde, preciso que prometa que voltaremos por mar, do contrário, me arranjarei com uma dornesa e esquecerei o caminho de volta. - Disse Lacos, o Mestre de Armas do castelo Penrose. O homem de meia idade parecia exausto em cima de seu cavalo, mas tentava manter-se bem humorado e hidratado, enquanto cruzavam os últimos quilômetros até Lançassolar. - Com ou sem navio, nós sabemos que você acabara na cama de uma delas, meu amigo. - Lembrou Brandon, camisa aberta e arregaçada até os cotovelos, rosto corado e cabeça envolta por um turbante. Seu cavalo se esforçava para carregar sua bagagem e caixas de metal com punhados e punhados de terra. Uma lembrança pouco convencional de Dorne, era certo.

Os homens conversaram pouco entre si, rindo vez ou outra e evitando fazer com que os animais galopassem. Era praticamente um milagre que tivesse chegado tão longe a cavalo, sem que eles ou os animais morressem de sede. Brandon puxou um objeto cilíndrico preso à cela e o levou ao olho. - Há uma edificação em frente. Tomara que seja um bordel. - Anunciou o Lord, e a pequena caravana se permitiu ficar entusiasmada e aliviada. Poucos minutos depois porém, ficou claro que não se tratava de uma parte dos Jardins de Água, mas de uma decadente e abandonada torre de vigia, cercada por ervas daninha. A visão poderia facilmente gelar a espinha, mas Brandon tinha lembranças mais infelizes para fazer frente àquela visão. - Để vinh quang là sự chết ¹ - Disse o Lord, em uma língua que Sor Lacos não soube identificar.

Um a um, os companheiros de viagem passaram pela construção e voltaram sua atenção para o caminho. Não foi preciso muito mais para que o palácio Martell surgisse, cor de bronze, imponente e atemporal. Brandon deixou que um sorriso preenchesse seu rosto, imaginando quão divino seria finalmente se livrar de suas botas. Não obstante, seguiram com paciência, certos de que já eram observados pelos guardas. Quando finalmente alcançaram os portões, Penrose desmontou seu cavalo com a destreza de costume. - Será que precisamos bater? - Gritou, enquanto seus homens deixavam suas próprias montarias. Em resposta, o portão começou a se abrir lentamente, com um estrondo medonho e interminável. - Senhores, não somos esperados, mas viemos com a melhor das intenções. Este é Lord Brandon Penrose, Guardião do Estreito e Senhor de Scrolls, vassalo da Casa Baratheon de Ponta Tempestade... - Começou Sor Lacos, mas foi interrompido pelo ansioso Lord. - Seja breve, Lacos. Precisamos de água, não somos assassinos e Dorne é muito bonita. Príncipe Rylon está em casa? - Despejou, fazendo com que o Mestre de Armas suspirasse vencido, e que os guardas o olhassem com desconfiança.

___________________________________________________________

¹ - Até mesmo a glória encontra a morte.

Brandon Penrose
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Mensagem por Olyvar Yronwood Qua Ago 09, 2017 11:19 pm


Olyvar Yronwood
Heir of Bloodroyal


Lançassolar

Eu sempre soube que neste mundo até a justiça é injusta, todo dia é um bom dia para morrer ou matar, que quem implora por piedade nunca sobrevive e que a história é escrita apenas pelos vencedores.

Durante seu exilio viajando por Dorne quando era mais jovem Olyvar passou algum tempo com os Órfãos do Sangueverde, viajar o rio em suas jangadas em direção a Vila Tabueira foi uma experiência agradável, muito mais prazerosa do que Oly se lembrava, embora como poderia se lembrar? Quando fez tal viagem a primeira vez os únicos gostos que sentia eram os de sangue e veneno, uma simples viagem pelas águas lentas do rio não poderiam ter sido apreciadas, um dos muitos erros de sua juventude.

Apesar de a companhia dos roinares, os verdadeiros roinares ter sido algo que o jovem gostou a solidão ainda era sua melhor amiga. Principalmente a solidão proporcionada pelas areias de Dorne. Apenas ele, Oberyn e sua espada até onde os olhos podiam ver. Alguns homens diriam que viajar pelo deserto sozinho era outro nome para suicídio, mas essa era outra viagem que um Olyvar mais jovem e mais cruel já havia feito.

E lá estava ela, Lançassolar. Majestosa e marrom, Lançassolar mais do que uma cidade que havia o abraçado como uma mãe amorosa quando Paloferro o rejeitou era um monumento a mais absoluta verdade da vida.

Não existe direito de sangue, não existe motivo para um homem ser Rei, Príncipe ou Senhor apenas porque seu pai era. Tudo que existe é a força o que você toma com ela.


Morgan Martell não tinha nenhum direito de sangue, ele era um estrangeiro, um ândalo que se aventurou naquelas terras, terras que tinham donos. Os Wade e Shell se declaravam senhores ali e Morgan respeitou seu “direito de sangue” ? Não, ele destruiu ambas as casas e tomou as terras deles. Isso é força.

O sol estava bastante quente aquele dia, um nortenho provavelmente estaria queimado e implorando para morrer mesmo que estivesse nu porém Olyvar não ligava. Mesmo usando uma armadura de couro e cota de malha e ainda um manto cor de areia que cobria sua cabeça, deixando apenas seus olhos visíveis e caía sobre seus ombros. Ele estava acostumado com o sol, o calor e a sede. Você precisa estar se quiser sobreviver sozinho em Dorne. Embora Oberyn estivesse com ele, o cavalo de pelo negro como a noite era seu mais leal companheiro e os dois viajantes estavam cada vez mais próximos de Lançassolar. Olyvar sabia exatamente onde ficava o Navio de Areia.

Navio de Areia talvez não seja o nome mais comum para uma fortaleza mas combinava bastante com esta. Uma torre baixa e quadrada que parecia um dromón, e era a gloriosa sede da Casa Martell quando Nymeria e os roinares chegaram.

Nymeria assim como Morgan Martell era uma estrangeira e quando chegou em Dorne ela mostrou o mesmo respeito pelo “direito de sangue” dos Yronwood e outras casas dornesas. Os roinares e os Martell juntos conquistaram Dorne, subjulgaram senhores e reis e se chamaram de príncipes. Eles também eram fortes.

O que Morgan e Nymeria ensinavam? A única maneira de obter poder é sujando suas mãos de sangue e pegando ele. Olyvar sempre pensava sobre história e em como o passado tinha tanto a ensinar, ele seria como Morgam Martell e Nymeria.

Não foi difícil passar pelo Portão Triplo, os guardas sabiam muito bem quem ele era e tudo que ele precisou fazer para entrar foi mostrar seu rosto. Ele sabia que na verdade estava sendo esperado, dentre tantos pensamentos que ocuparam sua mente durante a viagem, uma questão bastante importante não havia recebido a atenção devida. O que eu vou dizer ao Rylon?

A fúria dos desertos e a morte de Cahir Yronwood havia feito com que Olyvar e o Príncipe Rylon, não só seu suserano mas também seu maior e provavelmente único amigo se distanciassem e ele não sabia se Rylon o receberia com vinho e um banquete ou com guardas segurando suas lanças e uma cela fria e profunda, conhecendo o Príncipe ambas as opções eram possíveis e isso lembrou Ollie de porque ele e Rylon eram amigos.


Treino de História







Olyvar Yronwood
Olyvar Yronwood
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Mensagem por Katherine Martell Sáb Ago 12, 2017 4:34 pm

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treino: furtividade na cidade

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FurtividadeSo what you trying to do to me It's like we can't stop, we're enemies But we get along when I'm inside you You're like a drug that's killing me I cut you out entirely But I get so high when I'm inside you

 Ser princesa é quase uma ramificação de coisas boas entrelaçadas e enraizadas com coisas ruins. Mas ser uma princesa dornesa? Bem, nesse caso, as coisas formidáveis prevalecem.
Mas não quando o contingente de soldados aumenta em profusão devido a algo que não ocorria aos pensamentos de Katherine. A morte de Brenniel ainda era uma incógnita para a menina naquela manhã; Rylon por mais turrão e com leves - muitas, pesadas e infindáveis - inclinações à sociopatia, ainda é um pai adorável que se esmera no bem-estar da herdeira, ordenando que o falecimento da Víbora Vermelha ficasse longe dos pensamentos de Kath.
Algo realmente proveitoso naquela manhã ensolarada e castigante em Dorne; a menina de feições amorenadas e olhinhos repuxados trajava-se de forma incomum, declinando dos cetins e sedarias em prol de couro gasto. Vestes cabíveis à criadagem.
Pretendia ter um longo treino naquela manhã com Maekar, onde ficaria horas suando feito um nortenho no sul enquanto manejava adagas ou qualquer outra bizarrice que o tutor achava aceitável, então, arquitetara um plano mirabolante. Iria até a cidade.
Veria a vida e se esbaldaria com o povo que tanto amava: pessoas que a seguiriam quando o pai se fosse.
Surrupiar as roupas de Naghera foi relativamente fácil, a serva de compleição levemente arredondada era sempre receptiva as traquinagens de Kath, possivelmente pelo medo de negar-lhe algo e isso chegar aos ouvidos de Brenniel. Mas escapulir dos olhares ávidos e aterrados d'O Gárgula? Quase uma loucura.
Precisou do auxílio de Lisandra Dayne, Alyssa Wyl - a rechonchuda aia que não parava de tremer e recitar como aquilo era errado. Usufruindo de seus passeios matinais pelos jardins, a Martell elucidou ao guarda que gostaria de conversar a sós com as damas de companhia; a menção dos assuntos que jovens em idade de namoros furtivos teve o efeito esperado. O Gárgula aguardou no início do jardim, as feições resguardadas pelo elmo negro; Katherine nunca entenderia como o homem não cozinhava dentro da armadura tão westerosi, feita de placas de metal.
Trocar de roupa entre as árvores? A parte mais difícil em todo o plano. Poderia ser dornesa, uma terra farta de libertinagem mas ainda era uma menina com um certo limite de vergonha tão complacente da idade. Os jardins que detém duas passagens era sempre um ponto a ser discutido nas reuniões do conselho - coisa que Cassandra Martell achava uma chatice sem fim. Qual a necessidade de haver apenas uma passagem?
Com certeza se obtivesse apenas uma, Katherine não teria escapulido e ido até o portão adjacente. Comumente seria barrada e escoltada por uma horda de guardas. Mas com vestes comuns e cabelos presos fixamente em um coque simplório? Tão diferente de como se portava? Os guardas do portão não cederam nem mesmo uma segunda olhada, permitindo a passagem na hora. O invólucro de roupas sujas entre os braços foi um ponto crucial.
E agora a princesa se encontrava ali, no meio de uma multidão que fazia compras na feira central da cidade. Tudo seriam rosas e flores, se o dia não aguardasse tantas coisas. A morte de Brenniel algumas luas, a chegada de Olyvar Yronwood, a vigilância constante d'O Gárgula.
A pobre menina achando que realmente poderia escapar de Lançassolar sem que notassem. Katherine tomava entre os dedos uma fruta vinda de Pentos, a primeira camada sendo de tons rubros, o gosto explodindo na língua com a mordida. Mas o som rotineiro da feira foi trocado por um estardalhaço e gritos de ordem. Guardas chegavam no início da rua brandindo lanças e espadas, vociferando ordens de que o local deveria ser evacuado.
A garota arregalou os olhos, o nervosismo suprimindo qualquer fagulha de inteligência. Era a maldita Princesa Roinar mas estava correndo de guardas!
Lançando-se em uma corrida desesperada, chocava o corpanzil contra os transeuntes; pessoas soltando xingamentos ao vento enquanto os passos firmes ficavam abafados sob a cacofonia de sons. As batidas do coração acelerado chegando aos ouvidos como o estouro de um trovão.
A longa via outrora abarrotada começava a esvaziar. Kath não pensou ao visualizar uma barraca de sedarias, compelindo-se para debaixo da mesa; o dono estava mais interessado em conseguir ouvir as fofocas sobre o que estava ocorrendo. Sob a mesa, pôde visualizar quando o pequeno regimento ganhava espaço. Precisaria ser esperta, embrenhar-se nas sombras. Arrastando-se no chão, os joelhos e mãos afundados na terra; o pequeno espaço mais a frente entreaberto permitia a visão.
Se conseguisse esticar o corpo e dar mais duas passadas, poderia esconder-se em outra barraca e de lá, iria para o bordel.
A mente calculava todas as possíveis rotas de fuga. Surrupiando uma sedaria da barraca, envolveu-se no pano da forma mais desleixada possível. Contando as passadas do lado de fora; esperando o momento certo de sair do pequeno esconderijo. A adrenalina correndo polvorosa nas veias; Kath engatinhou para fora da mesa, os guardas estavam há vinte metros de distância. Poderia ser perto o suficiente, mas parecia uma lonjura.
Estava quase chegando, precisaria arrastar-se um pouco mais, no entanto, um olhar furtivo a alcançou. Íris de um marrom costumeiro em Dorne a perscrutaram-na de cima à baixo, o homem soltando uma risadinha devido a situação.
Sabia que era a princesa afinal os guardas estavam soltando aos quatro ventos que estavam ali para resgatarem a menina. Resgatar? Sinceramente.
O mercador sorriu, tomando a frente do corpo pequeno quando dois guardas se aproximaram fazendo perguntas; dando tempo suficiente para Kath se enfiar sob a barraca, um longo manto encobrindo a madeira. Suspirando ruidosamente, sugou o ar com força para os pulmões. As costelas doendo sutilmente devido a respiração afoita. Um metro a frente estava a porta do prostíbulo, local conhecido da menina; não porque gostava de aproximar-se das belas moças, longe disso, mas gostava particularmente das histórias das putas. Mulheres que sabem todos os segredos dos homens influentes devem ser escutadas sempre que falam.
Ficando sobre os joelhos, aprumou a postura, pairando de cócoras. Talvez se levantasse e corresse conseguiria chegar até lá, mas com dez guardas a espreita? Uma aposta cruel.
Observando a entrada do estabelecimento, pode notar os voais que envolviam a porta. Todos de tons carmesins para elucidar a luxúria. Uma chance em um milhão, era o que a Martell precisava. Sem a visão nítida do lado direito, apoiava-se totalmente na sorte. Os treinos de Maekar vieram à mente; jogou-se para frente em uma cambalhota meio torta devido a areia e terra que teimavam em arranhar a pele. A cambalhota deixou-lhe mais próxima da entrada, necessitou apenas dar um puxão no voal para que ele caísse e escondesse as formas da jovem. Um sorriso ladino adornando os lábios róseos, a constatação de que as coisas poderiam dar certo e não receberia um castigo de Rylon. A menina se levantou, ainda encoberta pelo tecido; a entrada não possuía barreiras, o que facilitou a invasão.



Última edição por Katherine Martell em Ter Ago 15, 2017 3:28 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Katherine Martell Sáb Ago 12, 2017 5:24 pm

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Furtividade II So what you trying to do to me It's like we can't stop, we're enemies But we get along when I'm inside you You're like a drug that's killing me I cut you out entirely But I get so high when I'm inside you

 Assim que entrou no prostíbulo o som dos gemidos ecoou. Barulhos engraçados que comoveu um divertimento palpável; como adoraria entrar em um dos quartos no longínquo corredor para ver quem era a pessoa que gemia como um cachorro no cio. Aprofundando-se no local, atentou-se aos movimentos soturnos das pessoas, a dona já a conhecia. Sanarah Olehor, vinda de Essos; corpo esbelto que já tivera dias melhores, seios fartos que também já viram uma perspectiva mais abrasadora do que o chão - por mais caído que estivessem, Sanarah ainda gostava de mostra-los aos clientes. Com um sorriso dengoso, permitiu a entrada e incursão de Kath que apenas meneou a cabeça. Mas o som dos guardas chegando no início do corredor causou um estampido geral - putas levantando-se, soltando o que estivesse em suas bocas ou nas intimidades. Eram dorneses, sem um pingo de vergonha na cara, mas a ideia de guardas juramentados e em serviço vasculhando tudo? Nem um pouco adorável.
Katherine praguejou, entrando no primeiro quarto possível. As costas rentes a parede a medida que caminhava silenciosamente, a pontinha pés pés tocando de leve no chão. O cômodo vazio estava na penumbra, a janela fechada. Vozes alteradas eram escutadas do lado de fora; conseguia sentir pela vibração do âmbito, não havia para onde correr. Um barulho irritante reveberou quando alguém enfiou a mão na fresta da porta, entreabrindo-a lentamente.
- Galladon, o que esta fazendo? Sanarah não quer que entremos nos quartos. - a princesa prendeu a respiração, mais uma vez arregalando os olhos. Precisava pensar, agir e bem rápido. Usufruindo da escuridão, projetou-se em um caminhar rente a parede, o guarda em uma acalorada discussão com o outro. E quando ele terminou de abrir a porta, a descendente de Nymeria escondeu-se por trás das cortinas, abaixada e embolada em si - tentando ficar o mais imperceptível quanto possível.
Mas a sorte nunca foi generosa para com Kath. O guarda que era novato e queria demonstrar bom serviço, adentrou o aposento.
E como dizem: a necessidade faz a ação. O homem vinha na direção da janela, a adaga na coxa da Martell parecendo fogovivo, a sensação de que poderia fazer algo.
Os dedos do oponente fecharam-se em torno do pano, descobrindo-lhe. Não cogitou duas vezes, mergulhou a mão e enlaçou o cabo da adaga.
Com o objeto firme fez um movimento em horizontal, dando uma porrada na nuca do dornês. Contudo, derrubar um jovem de compleição magra pode ser fácil, mas um com a musculatura de um boi? Quase impossível.
- Ela esta aqui! - gritou.
- Ah, seu resto de aborto. - proclamou, a raiva subindo de forma latente, odiava particularmente o bando que seguia a risca as ordens do pai. Naquele momento só havia duas opções: correr para a porta e rezar para não haver nenhum combatente ou abrir a janela e fugir mais uma vez. Com a mistura de coragem e adrenalina em um nível catastrófico, fez o que achou mais viável pelas probabilidades: escancarou as janelas. E obviamente quebrou a cara: não dava para lugar algum, apenas para mais uma repartição, considerando que o bordel é como um labirinto de corredores, quartos, salas de banho e piscinas - era o mais provável de se encontrar. A morena saiu pela janela, aproveitando que o caminho estava livre.
Empenhava-se em olhar para todas as direções possíveis, vasculhando uma saída. Uma guarnição de seis homens passou pelo inicio do corredor, não tinha outro local para fugir além de um amontoado de janelas que dariam em quartos idênticos, por tal, jogou-se no chão, esperando que a escuridão, o cabelo enegrecido e as vestes pretas encobrissem a silhueta. Os homens estavam afobados demais para prestarem atenção em um vulto preto diminuto. A confiança aumentou, soerguendo-se do chão, caminhou lentamente pelo corredor. Mas o breu era tanto que não conseguiu ver a estante que abrigava diversos objetos diversificados para o uso sexual: a trombada foi certeira. Um novo hematoma para a coleção, os últimos após os treinos com Maekar ainda estavam presentes como marquinhas amareladas e meio esverdeadas, dado ao processo pelo qual o hematoma acaba mudando de coloração.
O xingamento que soltou foi alto o suficiente para chamar atenção e logo - mais uma vez - passadas firmes foram ouvidas. Pela Mãe Roine, era o dia de se jogar em quarto de prostíbulo e fugir de guardas!
Katherine forçou uma das janelas, a madeira soltando ruídos devido o pouco uso. Abriu-a com certa dificuldade, percebendo que o trinco rompeu devido ao desgaste natural mais a força empregada. Pulando para dentro do recinto, tacou-se no chão, levantando apenas o braço em prol de fechar novamente a janela. Não poderia ficar muito tempo ali, então, partiu para fora do cômodo. Encontrando mais uma vez um maldito corredor.
O quão grande o local poderia ser?
Resignada, tomou um susto quando a voz do mesmo homem que recebeu um golpe da adaga - que acreditava estar bem presa na bainha rente a coxa - se fez ouvir. Estavam subindo o corredor, a Martell escondeu-se em uma bifurcação paralela, espremendo-se com força contra a parede o suficiente para sentir que se ficasse assim mais um pouco faria parte da construção. Katherine sempre foi de musculatura esguia e diminuta, uma pequena entre os gigantes. A pulsação incessante do coração estava tão forte que quase a ensurdecia; os guardas continuaram retamente.
Continuou o caminho lentamente, os pés movendo-se de forma que não procriassem barulho. Pelos gemidos que ecoavam, estava próxima da ala central.
A ultima porta do corredor conferia uma sala de banho; com uma banheira longa e funda, constituída de pedra lisa em tons brancos e um fogaréu que soltava fumaça lentamente. Dorne já não era quente o suficiente para ainda quererem mais calor? Tencionava sair da saleta e buscar uma nova rota, mas os malditos guardas regressaram como cães que não largam o osso. Estavam indo rumo a princesa.
- Eu não acredito que vou fazer isso. - sussurrou enquanto afundava rapidamente na água morna. A nuvem de fumaça resguardando as formas da menina que emergiu. Os homens entraram, um chegou particularmente próximo a piscina e como um perfeito dornês soltou uma piadinha qualquer sobre quando possuiu quatro mulheres naquela mesma banheira. Prendendo a respiração, ficava difícil traçar planos e o contingente simplesmente não ia embora!
A dificuldade de prender a respiração ficava mais difícil com água turva que pinicava os olhos. - Vamos, o Rengaro disse que acharam a adaga dela.
Porra, acreditava ter guardado o armamento; era uma relíquia especial para Kath. Quando todos partiram, saiu da água com a respiração descompassada. Apesar de ter sido uma ação de última hora, foi a pior ideia que poderia a acometer. Agora estava ensopada e deixando um rastro molhado por onde andava.
Não adiantou mais se enfiar em quartos, esconder-se sobre panos, banheiras, pular janelas, mudar a roupa ou se meter entre um casal que trepava aos berros. O cabelo encharcado denunciava a cada pingo.
- Sinceramente, princesa. Não acha que esta ficando sem graça termos que ir atrás de você toda semana? - um dos guardas mais experiente falou. Segurava sem dó o pulso da menina que ainda tentou se debater freneticamente quando a acharam no meio do casal. - Da última vez foi mais emocionante.
Os demais homens tentaram reprimir a risada quando o sol atingiu-lhes os rostos. Estavam fora do prostíbulo.
Enquanto caminhavam pela cidade, as pessoas ofertavam sorrisos à Katherine Martell, a princesa que gostava de estar rodeada pelo povo. Os soldados temendo uma retaliação pelas feições enfezadas da menina, a levaram o mais rapidamente possível à fortaleza, contudo, ao chegarem no grande portão, uma surpresa os aguardava.
- Olyvar, sua serpente! - desvencilhando-se do agarre do guarda, correu na direção do velho amigo de Rylon; um sorriso doce adornando os lábios delineados, os braços abertos ao encontrarem o corpo do Yronwood em um abraço apertado. A felicidade irradiando, há muito não via o jovem de idade tão similar mas conhecimentos tão distantes. - Presumo que veio ter com o senhor meu pai? Ficará por quanto tempo? Ah, Rylan vai adorar te ver! Mandarei separarem um quarto na torre.
Despejava uma enxurrada de palavras sobre o homem, pouco mantendo da infelicidade de ser pega outrora.

Katherine Martell
Katherine Martell
Princesa Roinar

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Mensagem por Olyvar Yronwood Sáb Ago 12, 2017 9:43 pm


Olyvar Yronwood
Yronwood Snake


Lançassolar



Durante meu tempo com os Órfãos conheci muitas Nymerias e muitos Garins, quase tanto quanto ouvi história de roinares que acreditavam que a Maldição de Garin havia criado os Sofrimentos e causado a Perdição de Valíria. É estranho o tipo de fé exagerada que as pessoas tem em seus heróis.

Olyvar havia deixado Oberyn aos cuidados dos cavalariços para que o cavalo recebesse água, comida e dencanso, o animal merecia após carregar Ollie de Paloferro para Lançassolar sob o sol particularmente quente dos últimos dias e durante toda o percurso manteve a qualidade que Olyvar mais apreciava em um companheiro de viagem: ele ficou quieto.

As ruas marrons e empoeiradas de Lançassolar estavam bastante agitadas naquele dia, além dos mercadores, servos e demais transeuntes habituais parecia haver um grande tumulto acontecendo, os mantos amarelos dos guardas Martell vestiam homens que estavam vasculhando todos os estabelecimentos, tendas e ruas em seu caminho, empurrando plebeus para fora de seu caminho e derrubando barris e cestos de mercadorias, o que gerava raiva entre os vendedores.

Apenas guardas procurando por alguém que irritou o Rylon. Essa cidade não muda.

Ele não deu atenção para o tumulto, por quê ele daria? Era outro dia normal na capital de Dorne. Olyvar estava com um grande conflito em sua mente, ir direto até os Jardins de Água ou parar na primeira taverna para beber um pouco do melhor vinho do mundo? Aquela viagem havia o deixado de garganta seca.

- Olyvar, sua serpente! -
Apesar do desejo de se encher de vinho dornês, uma voz de mulher chamou a atenção, embora o abraço da dona daquelas palavras foi o que o prendeu sua concentração enquanto mais palavras do que ele poderia compreender naquele momento eram despejadas sobre ele. - Presumo que veio ter com o senhor meu pai? Ficará por quanto tempo? Ah, Rylan vai adorar te ver! Mandarei separarem um quarto na torre. – Olyvar envolveu Katherine com um dos braços, com o carinho de um amigo e o respeito devido a sua posição de princesa.

Olyvar percebeu que Katherine era acompanhada por dois guardas que não pareciam contentes, não que guardas infelizes fosse algo difícil de se encontrar, o trabalho de guarda era algo bastante tedioso, hora após a hora parado torcendo para que algo acontece para você poder simplesmente se mexer. Mas não era esse tipo de descontentamento que decorava seus semblantes, não, era algo diferente. Algo relacionado a medo, algo como a frustração que fazia um guarda se punir enquanto pensava “Se eu achasse ela um pouco mais rápido nós não teríamos o encontrado.” Com quinze anos Ollie havia enchido o coração dos soldados Martell de medo quando lhes mostrou o quanto o filho mais velho de Arving Yronwood respeitava as vidas dos soldados de seu suserano.

Aquilo foi o bastante para Olyvar entender. Ele era quem os guardas não queriam encontrar, Kath era quem eles queriam ter encontrado mais rápido e em questão de milésimos de segundo a equação estava montada e o resultado era claro mas Oly havia aprendido a importância da redundância. Ele deixou que sua mão deslizasse pelo braço de Katherine e pegou o pulso da princesa o analisando rapidamente. O pulso estava marcado, a evidência que faltava para a investigação mental da serpente de Paloferro.

Ele se desenvencilhou de Katherine de forma bastante suave e lenta, sempre tendo certeza que não ofenderia a princesa de forma alguma, e se aproximou de dois guardas. Um velho e gordo e um novato magrelo. Olyvar ficou em silêncio encarando os dois, avaliando-os dos pés a cabeça, ele percebeu que o gordo engoliu seco em meio a sua avaliação e isso o fez ser escolhido. Olyvar caminhou em volta do guarda falando calmamente:

- Qual o seu nome? Na verdade não importa. Eu vou chama-lo de Boros, certo? Você me lembra do Boros. – Olyvar de forma demasiadamente acelerada colocou sua cabeça próxima da do gorducho e perguntou como uma criança empolgada. – Você quer ouvir a história do Boros?

Olyvar seguiu circulando o guarda, ficando frente a frente com a guarda e o olhando com um olhar sádico acompanhado de uma voz suave. – Eu vim a Lançassolar quando fiz quinze anos? Você sabe disso não é Boros? Você já devia ser guarda daqui. O que importa é que havia um guarda: O Boros, não você, o outro Boros. – Olyvar pôs as mãos sobre a barriga do guarda enquanto falava – Boros era gordo. – Alguns passos para trás e o tom de voz calmo e sombrio voltou a banhar as palavras de Yronwood. – Ver Boros me irritava. Me parecia inadequado em um reino onde tantas pessoas passam fome um guarda ser tão gordo, então eu decidi mudar isso. – Oly olhou “Boros” bem nos olhos permitindo que seus olhos apunhalassem os do outro – Você sabe o que eu fiz? Eu peguei a minha faca. – Olyvar sacou sua adaga com a mão direita, deixando-a bastante visível ao mesmo tempo que segurava a mão do guarda com a esquerda, para impedi-lo de sacar a espada em um reflexo. Mas ele pode notar a tensão que tomou conto do outro guarda, confuso sobre intervir ou não e de Boros, com o medo exalando de sua pele em forma de suor frio.

– Esta faca! - Olyvar deixou que a lâmina riscasse o manto amarelo de guarda Martell, desenhando o que poderia ter sido um corte horrível se realmente feito. – E abri a barriga daquele velho gordo e deixei que o sangue, órgãos e toda aquela gordura se espalhassem pelo chão do Navio de Areia.

Olyvar se afastou de Boros e se aproximou do outro guarda, um magricela de não mais que quinze anos. – Mas havia outro guarda, ele era amigo de Boros. Como aquele magricela se chamava? Tristan! Isto, era Tristan. – Olyvar envolveu o guarda com seu braço esquerdo de uma forma a incomodar bastante o guarda, Ollie notou isso. - Tristan era como você. Magro, fraco, novato, ele estava sempre nervoso, nunca sorria. Você é assim não é? – Olyvar sabia que ele era. Sabia só de olhar para ele mas é sempre bom perguntar coisas que você já tem certeza para analisar a resposta da pessoa, a do magricela foi apenas o silêncio, o medo havia lhe roubado até as palavras. Covarde.

- Então eu peguei a minha faca e fiz um grande sorriso vermelho no rosto de Tristan. – Olyvar deixou que a mão desenhasse o corte próximo ao rosto do guarda. – Olyvar de um tapa nas costas do guarda e se afastou deles embainhando a adaga.


- Então, que tal vocês irem pensar em como dirão ao Príncipe que não encontraram a filha dele enquanto eu e a princesa vamos dar um passeio.

Ao se aproximar de Katherine, Ollie estendeu seu braço, o oferecendo para a princesa com certa reverência.

- E então, que tal nos roubarmos alguns limões do velho Nymor e você me contar o que tem acontecido na cidade?


Treino de Intimidação




Olyvar Yronwood
Olyvar Yronwood
Nobreza (Homens)

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