Torre do Meistre

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Mensagem por O Corvo Seg maio 15, 2017 9:39 pm



Torre do Meistre

A Torre do Meistre reúne ervas e poções dos mais variados cantos do mundo. Encontra-se no lado sul do castelo, oposta ao mar. Nela há também um grande telescópio, e tudo o quanto é necessário para o estudo das constelações e outras artes. É dali também que são enviados os principais corvos aos outros domínios do reino, levando e trazendo mensagens importantes. Conta com uma grande mesa de estudos e com a cama do Meistre, que também passa as noites ali.
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Mensagem por Ella Baratheon Stark Sáb Ago 05, 2017 3:13 pm




STORMBORN




Our is the fury. And mine is the crown
As escadas até a Torre do Meistre eram ingrimes e pouco indicadas para uma dama, mas eu não fazia questão de alterá-las. Quando alcancei o topo, precisei de alguns segundos para recuperar o ar, mas não o suficiente para me sentir mal. A novidade que trazia ali, por sua vez, poderia perturbar meu bem estar. Trazia apertada entre os dedos a mensagem que recebera de Jared Wensington, um amigo e vassalo leal, que colocara sua espada e palavras a serviço de minha linhagem. Sua mensagem espelhava minha própria preocupação. Foote e Swann haviam trazido problemas para meu pai e para o pai dele, erguendo-se uns contra os outros em uma região de importância política e geográfica inimaginável.

Anos antes, Baratheon e Martell haviam estreitado seus laços de forma inquestionável. Havíamos cumprido nosso papel durante a Fúria dos Desertos, e o Príncipe Governante nos recompensava com um tratamento até então cordial, embora distante. Um conflito em nossas divisas, mesmo que não pudesse ser considerado um mal à médio prazo, era algo a ser evitado. Dorne não passava por dias agradáveis, sua amistosidade não poderia ser gasta com uma região desordenada, e era meu dever garantir que as Terras da Tempestade não fossem esse amigo problemático.

Os Swann haviam provado sua lealdade por mais de uma vez, respondendo ao chamado e marchando sob meu estandarte em guerras distantes e recentes. Os Foote também haviam dobrados seus joelhos, mas pelo orgulho e lembranças, não aceitavam para si uma posição de vassalo de Swann. Logo Baratheon teria dois Senhores da Marca, e isso estava longe de caracterizar a normalidade e uniformidade que desejava para nossas terras. Pelo discurso ou força, todos precisavam entender que apesar do poderio de suas fortalezas, a vassalagem primeva, una e imutável era aquela que deviam aos Baratheon de Ponta Tempestade.

Àquela altura meu sono já não era mais o mesmo. Após consultar Edrigan, bastardo de meu pai, e ouvir dele o que as chamas diziam, resolvi que era prudente inquerir Lord Jared, e ouvir pessoalmente suas queixas, dúvidas e informações, para que só então convocasse Swann e Foote, separadamente, a virem à minha presença e pousarem suas espadas uma vez mais.

Meistre Allun já me aguardava com o corvo preso pela pata e o pergaminho sobre a mesa. Acenei em cumprimento e recebi sua reverência com paciência. - Refleti sobre o que senhor e Edrigan disseram, e resolvi apurar a queixa que recebi. Prepare sua pena, por favor. - Ordenei, caminhando pelo ambiente embolorado. Quando o homem obedeceu, sentando-se junto à gasta mesa de carvalho, ditei pausadamente, frase a frase, a mensagem que deveria seguir para a fortaleza Wensington:

"Estimado Lord Jared;

Antes de mais nada, desejo explicitar meu desejo de tê-lo em Ponta Tempestade o mais brevemente possível, para que possamos discutir assuntos velhos e recentes. Quanto à situação que me noticia, esta não passou despercebida aos olhos de Ponta Tempestade. Nossa atenção se volta para as Marcas e para os membros da Casa Swann, com a mais profunda intenção de garantir a preservação da ordem natural. Somos todos almas afortunadas, sobre as quais pesa o dever para com um povo que não merece uma guerra descabida. Por este motivo, aquele que se erguer em rebelião contra um suserano legítimo, amargará o restante de seus dias, sem nenhuma alma em seus salões para ouvir a chuva cair.

Aguardo-o ansiosamente.

Com os mais sinceros sentimentos de respeito e admiração;
Argella Baratheon
SENHORA DA TEMPESTADE."


O velho pousou a pena, parecendo satisfeito, e esperou até que a tinta secasse, para que finalmente prendesse a mensagem ao corvo. Quando a ave levantou voo, minha mente também o fez, indo para algum lugar distante, presa em narrativas nebulosas de batalhas que eu não havia lutado ou presenciado. A paz tinha um custo alto, e eu estava disposta a pagá-lo.





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Mensagem por Ella Baratheon Stark Sáb Set 02, 2017 8:23 pm




STORMBORN




Our is the fury. And mine is the crown
Eu acompanhava o cortejo lento dos últimos estandartes da Casa Morrigen, parada junto ao batente da larga janela, fazia um balanço mental da reunião. Seja por bajulação ou sinceridade, os convidados não se opuseram à decisão que eu amadurecia em minha mente. Não havia garantias de que tanto Swann quanto Foote respeitariam fielmente a vontade de sua suserana. Mas a verdade era que os senhores de terra raramente o faziam. Podem jurar e recitar belas palavras enquanto o interlocutor tem poder suficiente para pedir sua cabeça, mas como a falsa sensação temperada do outono, aquilo logo sumia. A verdadeira obediência era um achado.

Logo, Swann nada teria a perder com a nomeação de Foote. Não haviam juramentos entre eles, muito menos obediência. Foote por outro lado, teria pouco ou nenhum acréscimo financeiro aos seus rendimentos, embora o novo título fosse uma carícia para o ego.  Corri meus dedos magros pelo rosto. Sentia que perdia peso, ou pelo menos a saúde. Não poderia ser considera uma mocinha aos vinte e cinco anos, mas na maior parte dos dias sentia o peso de uma anciã.

Meu silêncio foi perturbado pelo tilintar das correntes do Meistre, que trazia consigo pergaminho novo. Ao contrário do que se esperava, quando a Fé Vermelha se tornou a religião oficial das Terras da Tempestade não rompemos nossas relações com a Cidadela.  O homem fez uma reverência profunda e procurou se acomodar na lustrosa mesa de madeira junto ao fogo. Sem desviar o olhar da janela, notei que ele se preparava para escrever o que fosse ditado por mim, puxando pena e tinta da decadente bolsa de couro que trazia. Não sabia ao certo como exteriorizar tudo o que era necessário.

– Sabe como descobri que deveria assumir minha casa, Meistre? – Perguntei, sentia-me nostálgica e exausta. – Receio que não, Milady. – Respondeu o homem, movendo seu assento para pôr-se de frente para mim. – Eu estava parada nessa mesma janela. As homenagens à Endric começavam a ser feitas, e as raposas já se atreviam a rodear as corças. Eu olhava para a vila e para as pessoas que enchiam o pátio, muitas delas, com capas finas e puídas. – Comecei. – Tantas pessoas com pouca sorte. O povo, em resumo. Então pensei no que vira até ali. Só tinha vinte anos, mas já era velha demais. Robb, O Jovem Lobo, tornara-se Rei do Norte com quinze anos, afinal. – Observei, com um riso curto e amargo. – Aqui no castelo, se eu pedisse por uvas maduras, iriam até a Campina para trazê-las a mim. Se eu pedisse por um cozido de peru selvagem e cebolas doces, trariam o melhor cozinheiro das Fluviais até mim. Se eu pedisse por uma codorna e só tivessem galinhas, seriam capazes de encolhê-las até que ficassem com o tamanho certo. Mas quem viria pelo povo? Quem se importaria com eles? – Refleti com um suspiro.

– Endric era justo e corajoso, mas não se importava. Marianne era altiva e sagaz, mas não se importava. Minhas irmãs mais novas, bem, eram jovens demais para saberem ao certo o que era se importar. Foi quando decidi que não abdicaria. Não tive esse tipo de coragem em medida suficiente. – Conclui. – Espero que não me tome por tola, Meistre. Sei que a maioria deles me mataria por minhas joias ou me venderia a um mercador de escravos por poucas moedas. Mas ainda penso em seu bem-estar, em maneiras de protege-los das guerras vindouras. Digo.

– E tem feito muito bem, Milady. Tem feito com que prosperem, têm mantido suas mesas cheias e seus pés calçados. É mais do que se pode esperar da maioria dos governantes. – Garantiu o Meistre. Acenei duas vezes, pensativa, e me adiantei na sua direção. – É o que espero, senhor. É muito fácil se acostumar com a paz.  Se falhar em meu propósito, podemos ter a gratidão do povo posta à prova em breve. – Observo. – O primeiro corvo vai para Pedrelmo, o segundo para Nocticantiga. O texto pode ser o mesmo, é claro. Quero que venham cientes da presença um do outro. Entre os piores desfechos, não poderão alegar que foram enganados. Faça constar que a Lady os chama para o próximo mês, tempo suficiente para que cheguem em datas próximas. - instrui. - Vamos colocar nossos Lordes na mesma mesa e torcer para que usem as facas da maneira correta.






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