Pátio Principal
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Pátio Principal
Pátio Principal
O pátio de acesso à Fortaleza dos Baratheon mantêm sua configuração original, pouco abalada pela Guerra de Robert. O chão é revestido de pedra escura, e apenas uma grande árvore resiste ali. Sentindo o vento marinho contra o rosto, se tem uma visão privilegiada da porta principal, sempre guarnecida por duas sentinelas. O pátio é amplo, e comporta tranquilamente cerca de quinhentas pessoas.
O Corvo
Re: Pátio Principal
Myla Baratheon
INTERAÇÃO FLASHBACK
A ponta de metal da flecha se enfiou com força no tronco, fazendo com que pequenas lascas de madeira saltassem para o chão do pátio. O ambiente estava úmido devido à chuva que caíra sem parar durante a noite - era a primeira vez que o céu cessava de pingar e, apesar de o Sol estar quase no ponto alto do céu, as nuvens haviam se aberto para revelá-lo apenas pouco tempo atrás.
Myla abaixou os braços, segurando o arco comprido de madeira com a mão direita. A claridade do dia fazia suas pupilas se contraírem e clareava a cor de suas íris, castanho-esverdeadas no momento. A garota estava parada defronte à grande árvore que residia no pátio principal, olhando descontente para o centro do tronco grosso. Pregado ali, estava um quadrado de madeira pintado com coloridos anéis circulares dentro. Um alvo.
A flecha havia acertado longe do objetivo de Myla: o centro do alvo, apenas uma pequena bola vermelha gravada em sua madeira. Alguns metros de distância separavam a jovem da árvore, sendo aconselhado a todos que atravessavam o local a não passar por detrás da grande planta. Desde que começara o treinamento naquela manhã, havia perdido as contas de quantos olhares irritadiços foram lançados em sua direção pelos soldados e funcionários do castelo, que precisavam se locomover pelo pátio principal a todo instante para realizar suas tarefas. Aparentemente, a ideia de ser acertado por uma flecha perdida não agradava a nenhum dos criados.
Myla olhou descontente para a seta espetada no tronco. Sempre havia acreditado ter uma boa mira, mas percebeu que precisaria aperfeiçoar muitas de suas características e técnicas caso quisesse ser boa na arte da arquearia - dizer algo do tipo era um eufemismo. Myla sempre fora fascinada pelo trabalho dos arqueiros no campo de batalha; o modo como uma pessoa consegue fraturar fisicamente outra, há muitos metros de distância, era impressionante e sombrio para a garota. Passava-lhe a ideia de que os golpes mortais realmente podiam surgir de qualquer direção.
Puxando uma flecha da aljava de couro jogada no chão aos seus pés, a jovem voltou a erguer o arco com a mão esquerda e posicionou a haste da seta no pequeno espaço para encaixe do equipamento. Penas vermelhas retiradas de algum pássaro que Myla não reconheceu estavam atadas à uma das extremidades do graveto de madeira, enquanto que a outra era composta por uma ponta de liga metálica afiada. Apesar de todas as recomendações, Myla não quis diminuir a emoção do treino e utilizar flechas com ponta de madeira, como era aconselhável aos iniciantes; optou pelas boas e tradicionais pontas afiadas, com o intuito de se adaptar mais rapidamente com a prática.
Myla levantou a mão que segurava o arco e puxou a corda retesada; os dedos indicador e médio direitos seguravam a flecha no fio, enquanto que o anelar envolvia diretamente a corda. A moça fechou o olho esquerdo e mirou a visão totalmente no alvo, ignorando as pessoas que se locomoviam à sua volta. Respirou profundamente, tentando regular a respiração ofegante para que não fosse atrapalhada na hora do lançamento. Myla acreditava que a angulação do atirador deveria ser precisa e calculada de modo meticuloso para que o alvo fosse certeiramente atingido.
— Você está pensando demais. — A voz grave e alta surpreendeu Myla, que se sobressaltou e abaixou o arco, virando a cabeça para olhar na direção de quem falava. — Não está na biblioteca, garota. Não pense muito, apenas mire e atire.
O homem cruzou os braços e foi para o lado da moça, observando-a através dos olhos escuros que mais pareciam um par de jabuticabas. A barba era igualmente negra, assim como os cabelos espetados que lhe habitavam a cabeça. Um visitante ou observador alheio poderia facilmente dizer que o homem e Myla compartilhavam algum grau de parentesco, principalmente o de pai e filha. Ele, entretanto, era nada mais - e nada menos - que o mestre de armas de Ponta Tempestade, um dos funcionários mais antigos e leais aos Baratheon que ainda se encontravam ativos rondando o castelo.
Benjamin, conhecido mais comumente como "Ben da Barba Negra", fora um dos melhores amigos do falecido Lorde Garrett, pai de Endric e suas irmãs. O homem era mais como um tio para Myla que seus verdadeiros tios - Benjamin havia treinado o primogênito da família desde que este saiu das fraldas e teve força o suficiente para segurar uma arma; Ben também sofrera a dor de perder o herdeiro Endric para as águas traiçoeiras da Baía dos Naufrágios.
Myla voltou o olhar para a frente, refazendo os movimentos de levantar o arco e segurar a flecha juntamente com a corda. "Não tensione os ombros e mantenha a postura", era o que o mestre de armas falava em seus ouvidos. Seguindo o conselho de Benjamin, a jovem tentou relaxar os músculos e abriu os dedos, soltando a corda antes que voltasse a contrair o corpo de modo incorreto. A flecha zuniu até atingir a madeira, enterrando-se no quadrado que delimitava o alvo.
Myla suspirou e abaixou o arco, mordendo a parte interna da bochecha enquanto avaliava o resultado. Não acertara o centro, mas acreditava que a simples persistência na atividade já era um grande começo.
Treino: Arco e flecha
Myla Baratheon
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