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Mensagem por Mina Tyrell Seg Out 30, 2017 10:16 pm


Starting Again
A presente RP se passa aproximadamente um ano atrás dos atuais acontecimentos. Conta com a participação de @Mina Tyrell e @Avalon Hightower, iniciando-se com um post de Mina Tyrell. Recém casada com o senhor de Torralta, a jovem Tyrell de Águas Claras conhece seu novo lar, ao lado de seu marido. .
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Mensagem por Avalon Hightower Ter Out 31, 2017 12:02 am

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      Vilavelha cheirava como sempre, ao mar. O sal no vento invadiu a carruagem, enchendo o pequeno espaço abafado com sua pureza, expurgando cada parte minúscula de nossas vestes, cabelos, pele. Era como banhar-se do vento. Tão úmido, fresco e ao mesmo tempo revigorante. Ainda assim, aquele retorno não era como nenhum outro, não nos últimos anos. Eu não estava sozinho. Ao meu lado, uma jovem respirava tranquilamente. Cada gesto, feição, movimento, belo. Mina Tyrell era a última do ramo secundário dos Tyrell. Segundo minha tia, Desmera, era minha tarefa garantir que o ramo secundário de sua Casa não tivesse fim, dando um filho homem para que Mina continuasse sua linhagem. Se fizéssemos uma menina, ao menos ela se tornaria uma Tyrell por casamento, casando-se com um dos filhos de Olyvar. Desmera esperava estar viva para ver seus bisnetos, e eu não duvidaria se estivesse. Achava que titia era capaz de viver o bastante para enterrar a nós todos. Ainda não havia engolido seu plano, entregando minha Pérola para o Guardião do Leste. É fato, que eu mesmo não poderia pensar em partido melhor. Não quando havia declarado meu apoio a Bryan Stark, caso decida levantar-se como um Targaryen legítimo. A guerra com a Coroa colocaria os meus em risco, então era grato que minha menina estivesse no Vale, no Ninho da Águia, uma fortaleza inexpugnável. Ali ela estaria segura. Os Blackfyre haviam feito a gentileza de dispensar seu marido das funções como Mão do Rei. Pelo que eu era extremamente grato. Ainda doía saber que Alerie não voltaria para casa comigo. Seus irmãos mal haviam trocado algumas palavras, após o casamento dela. Estavam com raiva de mim, e de sua tia-avó. Mas não sabiam o que estava por vir. Ainda assim, era a primeira vez que eu ficava sem um de meus filhos, desde o sequestro de meu Garad.  Disfarcei as lágrimas que ardiam em meus olhos, olhando com um sorriso um tanto nervoso, para minha nova esposa. Entendia que Mina era uma Senhora. Ela já fora casada, então não era donzela alguma. Haviam em seus olhos jovens uma melancolia e tristeza que só aqueles de nós que experimentaram a decepção podiam ter.

- Espero que goste de Vilavelha. Torralta será seu lar, e poderá fazer dela o que quiser para sentir-se em casa. Nomearemos um intendente competente, para que sua Fortaleza não fique à deriva, minha senhora. - Suspirei, imaginando que ela estaria preocupada com seu povo, mas sabendo que não devia falar em castelos ou decoração agora. - Espero que sejamos amigos. Jamais tocarei ou farei algo que possa deixá-la desconfortável. Não tenho intenção de fazer valer meus direitos como marido, a menos que assim deseje. Não somos gado reprodutor, Lady Mina. Somos humanos. Muito embora nossos pais esqueçam destes pormenores. - Admiti, sorrindo. - Quem diria que o Farol do Sul aceitaria ordens da tia, como um menino verde? Mas o fato é que o instinto de Desmera nunca nos falhou. A Campina prospera, e prosperaremos também. - Sorri, acanhado. - Além disso, ela pode ser muito persuasiva. Tive que aceitar antes que conseguisse casamentos para meus meninos. Não suportaria perder todos os meus filhos de uma só vez. Desmera seria bem capaz de casá-la com um de meus trigêmeos.

        Rindo, notei que nos aproximávamos dos portões que levavam até a ponte de pedra para a Ilha da Batalha, assento onde erguia-se a torre branca de minha família, lar de reis do passado, e o símbolo de nosso poder. Antes, no reinado de Daenerys, ainda era necessário pegar um barco da cidade apinhada até o porto de nossa pequena ilha, que levava à Torralta. Mas agora, após as modificações de meu pai, o caminho de pedra elevado tornava ainda mais magnífica a maior estrutura dos Sete Reinos. Diziam os Meistres que o alto da Torralta ultrapassava o topo de qualquer castelo no continente, erguido em solo plano. O Ninho, por exemplo, fora erguido sobre a cadeia de montanhas do Vale, portanto não era parâmetro de comparação. Mas a verdade oculta sobre a Ponte de Pedra, é que um comando meu poderia destruí-la completamente, a qualquer momento. Um sistema de contenção liberaria pedras gigantescas contra o alicerce mais frágil da ponte, ruindo-a e isolando a ilha novamente, em caso de cerco. Naquele instante, saber que poderia proteger Mina suplantou meu nervosismo, e consegui sorrir. Ela devia achar que eu era um tolo, mas eu não podia fazer muito mais que aquilo. Teria algum problema em levá-la para a cama, era verdade. Os deuses sabiam quanto me fora exigido, para que eu tivesse meus filhos. Eu não amava a mãe deles. Fazer amor sem sentimento algum, torna-se um fardo, quando se é responsável pelo futuro de uma dinastia. E no caso de Mina, éramos responsáveis por um nome de cem anos. Um nome derivado de nossos suseranos. Eu não era incapaz de sentir atração por mulheres, não podia ignorar sua beleza, afinal. Mas o destino de nosso casamento estava mais em suas mãos que nas minhas. Eu não era conhecido como um homem considerado sensível ou delicado, dado meu tamanho. Mas considerava-me gentil. Muito mais que o pai que conheci, sem dúvidas.

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Mensagem por Mina Tyrell Ter Out 31, 2017 12:41 am

Lady Tyrell
Em tudo, Torralta era diferente de Águas Claras, os cheiros, os murmúrios... Mesmo nas mais vibrantes cores, havia o tom acinzentado dos Hightower. Não precisava dizer que sentia a saudade apertar o peito e sufocar seus pensamentos, haviam tantos questionamentos que passavam por sua mente que mal tinha tempo de pensar em uma resposta se quer. Mina desejava do fundo de sua alma, fechar os olhos e acordar de um sonho ruim, onde seu pai estaria pronto para recebe-la de braços abertos e com um sorriso sincero. Ela sabia que a àquela altura de sua vida, era apenas um desejo bobo e infantil, mas não lhe custava nada carrega-lo dentro de sua alma. A viagem de Jardim de Cima até Torralta não fora muito cansativa, a distância era quase a mesma até Águas Claras, por sorte não estava sozinha, Lily havia seguido com ela para o novo lar. Pouco antes da cerimônia de casamento, pediu ao Lorde Hightower que levasse sua dama de companhia com eles, talvez para tentar agrada-la, o homem não fez nenhuma objeção, o que acalmou e muito o coração da ruiva. Era bom ter um rosto familiar no meio de tantos outros novos e que ela ainda nem sabia ao certo como a receberiam, apenas desejava que fossem mais receptivos que sua jovem enteada, que ainda estava furiosa com toda a situação.

Ainda que sentisse falta dos jardins de Águas Claras, não podia negar que Torralta tinha seu charme e era uma construção rebuscada. Sua arquitetura era intrínseca e muito complexa, tinha a sensação que por dentro, era muito mais aconchegante do que pelo lado de fora. Desde o casamento orava a mãe para que ela abençoasse sua união, não exigiria muito de seu marido, apenas que ele fosse um bom homem com ela e com Lily. A reputação do Lorde Hightower era de fato ilibada, mas lobos se escondem em pele de carneiro e ninguém ousaria falar de um homem com o poder que ele detinha. Pelo menos, até aquele exato momento, não podia reclamar de nada, Avalon se mostrava um perfeito cavaleiro, gentil e paciente, sabendo respeitar seus medos, havia uma pontinha de admiração por ele nesse ponto, principalmente por não a ter forçado a consumar o casamento de imediato. Ainda precisavam se acostumar um com outro, a convivência tornaria tudo mais ameno para a jovem Lady e com certeza para ele também. Ainda que ele sorriso de maneira gentil, podia ver nos olhos dele que não havia nenhuma fagulha de sentimento ou amor, assim como nos dela também não havia.

Podia ver no olhar dele que algo o incomodava, na verdade, sabia exatamente o que era e o que atormentava a alma de seu esposo. Ver a filha partir para um lugar tão longínquo era duro para ele e os trigêmeos ainda o punia por separa-los da irmã que tanto amavam. Seu casamento havia acontecido com um preço muito alto para Avalon e tudo que desejava era recompensa-lo de alguma maneira, mas ainda não sabia como: — Tenho certeza que vou me adaptar logo, Lorde Avalon. Papai nunca me trouxe a Vilavelha, então confesso que sempre tive uma enorme curiosidade de conhecer. Principalmente por causa do mar. — A ruiva respondeu sentindo as bochechas ruborizarem em seguida, temendo estar falando alguma bobagem. Contudo, as próximas palavras realmente pretenderam a atenção da jovem lady, lhe trazendo um pouco de paz a sua alma atormentada por tantos demônios no passado. Avalon se mostrava um homem diferente, em nenhum momento ele havia a desrespeitado e suas palavras reforçavam sua atitude.

A jovem Tyrell buscou entregar seu sorriso mais doce e mais belo a ele naquele instante: — Nem sempre agíamos de acordo com a nossa vontade milorde. Aprendi muito cedo tal lição. Suas palavras me deixam aliviada e vejo que fiz realmente uma boa escolha. Tenho certeza que sua sabedoria será necessária para que a Águas Claras continue próspera como sempre foi. Seremos bons amigos, acho que é um bom começo para nós. — Disse a ruiva gentilmente tocando uma das mãos do esposo. Ousou pela primeira vez então, encarar os olhos do Hightower: — Faço minhas, suas palavras. Não me tome pela obrigação matrimonial, mas sim por sua vontade. Mesmo que tenhamos nos sujeitado aos mandos de Lady Desmera, como duas crianças, somos adultos. Creio que no momento certo, o que tiver de acontecer acontecerá. Se entre nós não florescer o amor, que a amizade seja abundante e próspera como a Campina. No meio de tudo isso, há algo em comum entre nós. Ambos procuramos e nos sacrificamos para proteger aquilo que amamos. Cada um de nós a sua maneira. — Concluiu seu pensamento, ao mesmo tempo que trouxe sua mão de volta para o próprio colo e voltou a apreciar a paisagem à medida que se aproximavam de Torralta.


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Mensagem por Avalon Hightower Sex Nov 03, 2017 3:08 am

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Um novo sorriso se formou em meus lábios, quando absorvi as palavras de Mina, percebendo que estas continham uma verdade aterradora. Agora que estávamos juntos, era pura e exclusivamente nossa a obrigação de ter uma vida sensata, feliz. Se não fôssemos capazes de sermos amigos, como poderíamos esperar ter uma vida suportável, ao menos? Eu não era um homem capaz de viver com um inimigo sob meu teto. Não. E Mina... Ela era doce, sensível. Além de bela. Era uma senhora perfeita para Torralta, e faria o possível para que ela também visse a si mesma de tal modo. Suspirando, sorri quando nossa carruagem finalmente passou pelos portões da Ponte de Pedra. Estávamos em casa. Não pude evitar sorrir como um rapaz, inclinando-me para aproximar meu rosto do de minha esposa. Minha tinha mãos macias, mas estavam um pouco mais frias que as minhas. Ventava muito na Ilha da Batalha, e as damas da Campina costumavam usar pouca roupa. Não que eu estivesse reclamando. Mina tinha de fato, muito a mostrar. Animado, encarei-a com intensidade.

- Chegamos. Sei que a torre pode intimidar um pouco. Mas espero que passe a se sentir bem aqui, e que ache sua nova casa um lugar bonito. É claro que, eventualmente, poderemos visitar a fortaleza de sua família. Inclusive, é de meu maior interesse ajudar a melhorá-la, além de mantê-la. Afinal, se tivermos um filho, ele será senhor de seu próprio domínio. E caso não tenhamos, meu mais novo herdará a fortaleza, como dita o acordo. É do interesse de nossa família proteger o que é nosso. E é meu maior interesse, além destes todos, proteger sua tranquilidade. Seja bem vinda, Lady Tyrell. Senhora de Torralta e de Águas Claras. - Animado, saí da carruagem, saltando com a destreza de alguém que anseia por terra firme. Estiquei as pernas, flexionando meus joelhos, e senti que estalaram levemente. Rindo com a liberdade, senti uma animação quase infantil, ao divisar o rosto de uma de minhas copeiras. - Madame Vilch! - Corri para abraçá-la, beijando-a na maçã do rosto. Vi a mulher idosa ruborizar, com um sorriso de alegria. Ela batia em minhas mãos com sua colher de pau quando eu roubava os pães doces das cozinhas, apenas para entregá-los a mim depois. Então eu era um garoto com dedos feridos e uma pança bem gorda.

Voltei-me na direção de Mina, aproximando-me da carruagem enquanto todos os demais em minha comitiva comemoravam a chegada. Meus guardas riam e cumprimentavam a guarnição de Torralta, trocando cumprimentos e abraços. Boa parte dos servos já corria de um lado para o outro, retirando bagagens e baús do grande comboio e levando-os para dentro da torre-fortaleza. Vi ao longe meus meninos, que correram para dentro de casa, ignorando a mim e à sua nova mãe por casamento. Frustrado, pensei em gritar por eles e fazer com que cada um dos dois se desculpasse com Mina. Mas então acabaria fazendo com que a vissem como inimiga, um motivo para que fossem repreendidos. Saberiam os deuses que coisas Alerie não teria falado para eles, irada por seu próprio casamento. Ela não trocou uma só palavra quando a entreguei ao seu marido no altar do Septo de Jardim de Cima. Não achava que leria notícias suas tão cedo, pois certamente os corvos do Ninho da Águia seriam terminantemente proibidos de voar até mim. Olhando para minha esposa, decidi eclipsar todo aborrecimento de minha mente. Ela não tinha culpa de nada. Agora que estávamos juntos, melhor seria que nossos momentos se enchessem de felicidade, e não angústia.

- Se me permite, esposa, gostaria de acompanhá-la até os nossos aposentos. A câmara do Lord será sua para usar e cuidar como desejar. Além disso, nossos servos esperam que sejamos apaixonados e aflitos para ficarmos juntos. - Completei, falando mais baixo ao pé de seu ouvido. - Nem que seja para evitar um mal-estar, devemos subir juntos. Mas nosso acordo permanece. Será bom o bastante conhecê-la melhor. Acho que seremos bons amigos. - Garanti, sorrindo com a alegria infantil crescendo novamente. Qual seria sua expressão se eu a surpreendesse? - Bem, pronta ou não, aqui vai a encenação do casal apaixonado! - Avisei, baixinho. - Venha, esposa! Mal posso esperar para libertá-la desse vestido! - Gritando, a ergui nos braços, com um único impulso. Seu corpo era leve, e gostei de tê-la contra meu peito. Podia sentir o cheiro de seus cabelos, tão lindos e distintos. - Saiam todos do caminho! Produzirei um novo herdeiro essa noite!

Lutando para não interromper aquele teatro grotesco com uma risada, entrei na fortaleza levando Mina no colo. Joguei-a mais para um lado, apoiando suas coxas com o outro braço. Se a princípio ela fora leve, seria terrível subir todos os andares necessários. Então fui o mais depressa possível, cansando na metade do caminho e liberando-a, com uma risada esbaforida. Coloquei-a no chão quando estávamos no quarto andar da fortaleza. Faltava pouco.

- Bom, creio que seja seguro a partir daqui. Nenhum servo virá nos incomodar depois das minhas declarações. Subiremos o restante lado a lado. - Sequei o suor da testa, começando a caminhar lentamente. - Há muitas escadarias em Águas Claras? Pretendo mandar que construam um andaime semelhante ao da Muralha ao redor da torre, criando acessos para todos os andares. Não seria magnífico, um prédio com uma forma de elevar seus moradores, sem que precisemos subir deste jeito, em círculos? Há projetos de dezenas de meistres em minha mesa. Como não sei qual deles tem menos chances de dar errado, ainda não iniciei o processo. Mas é algo incrível de se imaginar, oh sim…

Estava ficando sem muito mais o que falar para contornar o fato de que estávamos indo para o mesmo quarto, sozinhos. Talvez ela pensasse que eu desejava fazer o oposto do que havia prometido. Bem, minha tia mencionara que Lady Mina era insegura com homens. E que seu primeiro marido não fora um bom marido. Embora soubesse o que aquilo deveria significar, não queria incomodá-la com um assunto tão doloroso. Se um dia ela desejasse dividi-lo comigo, o faria. Até lá, seria o bastante tê-la por perto. Seria o bastante, por enquanto. Ou ao menos, era o que eu pensava.

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Mensagem por Mina Tyrell Sáb Nov 04, 2017 9:28 am

Lady Tyrell
Mina orava para que não tivesse dito nenhuma bobagem ou para que seu esposo não entendesse de forma errônea seus sentimentos com aquela situação. Aqueles breves momentos em que ela olhou em seus olhos pareciam uma eternidade, mas não podia negar o quão belo era o olhar do homem que havia a desposado. Mesmo sendo um homem com todo aquele porte físico, havia doçura em seu olhar, conseguia perceber que a cada vez que ele a olhava havia um pouco de carinho, bem diferente dos ferinos olhos que Garth possuía. Não queria que aquelas lembranças ruins estregassem aquele momento, já havia sido conturbado o suficiente, uma vez que a filha mais velha de Avalon a repudiava de todas as maneiras e os gêmeos pareciam compartilhar da mesma opinião da irmã. Esperava que o tempo fosse capaz de amenizar os corações das crianças, uma vez que ela não tinha nenhuma intenção de ocupar o lugar da mãe deles, mas apenas ajudar Avalon a zelar por eles. Se ele fosse realmente tudo o que mostrava ser até aquele momento, com certeza ele merecia um pouco de felicidade em sua vida e estava disposta a ajuda-lo quanto a isso.  

Sentia o vento um pouco frio tocar o corpo, ainda não estava habituada com o clima local, mas o cheiro do mar com certeza a agradava. A medida que se aproximavam da Ilha da Batalha notava a excitação do lorde, o sorriso dele era capaz de denunciar sua euforia naquele momento. A surpresa surgiu quando ele se aproximou e tomou suas mãos que naquele instante se tornaram ainda mais frias. Sentiu seu corpo levemente arrepiar, um arrepio gostoso como ela nunca havia experimentado antes, precisou respirar fundo para somente então encarar os olhos cor de esmeralda do homem: — Aprenderei amar Torralta assim como amo Águas Claras, meu lorde. Acredito que suas intenções são as melhores, além do mais, Águas Claras agora não pertence somente a mim, mas sim a nossa família. Independentemente de quem vá herdar a Fortaleza, ela pertence a nós. Compreendo o que pensa milorde e fico feliz que possua esse ponto de vista.  Sempre temi que não tivesse força suficiente para governar e que meu povo perecesse por minha fraqueza. Sinto-me mais tranquila tendo o senhor ao meu lado. —  Disse a ele com serenidade em sua voz. Antes que ele descesse da carruagem apertou um pouco as mãos do Lorde e sorriu: — É bom estar finalmente em casa. — Falou soltando as mãos dele aos poucos.  

A ruiva observou quando ele saiu da carruagem, estava afoito por isso com toda a certeza, mas o que mais chamou a atenção, fora a maneira carinhosa com que ele tratava seus criados. Parecia até mesmo ela quando chegava em Águas Claras e corria para cozinha onde Minerva havia preparado bolos e doces para ela se empanturrar. Havia muita simplicidade em um homem muito poderoso e naquele momento ela não conseguiu parar de olha-lo, Mina sabia que a partir daquele momento, nutria admiração por Avalon Hightower. Notou quando os meninos adentraram a fortaleza sem dizer uma palavra se quer, na verdade parecia que ambos faziam voto de silêncio como punição ao pai. Não queria ser o pivô de toda aquela situação, mas não havia outro caminho a seguir. Antes que descesse seu esposo aproximou, oferecendo ajuda para descer da carruagem e aproveitou para sussurrar para ela algo que realmente era importante. Precisavam manter as aparências, pelo menos naquele início e não podia negar que não era uma tarefa tão complicada assim: — Tem toda razão, meu senhor. — Mina aproveitou o momento para encara-lo de maneira profunda, como uma donzela apaixonada.  

No entanto, a lady não mensurava que ele fosse levar aquela encenação tão a sério e somente teve tempo de enlaçar o pescoço do loiro com seus braços esguios, quando sentiu seus pés deixarem o chão: — Milorde. — Disse meio ao susto o olhando com um sorriso surpreso nos lábios. O mais estranho fora que aquela proximidade não era hostil, muito pelo contrário, era reconfortante e sentia-se segura nos braços dele. Tomando sua parte naquela encenação, aninhou-se junto ao peito do marido, o suficiente para esconder as bochechas que tomaram o tom rubro como seus cabelos, tamanha a vergonha pelo que ele havia dito. Em nenhum momento pensou em repreende-lo, sentia-se na verdade, em meio a uma grande travessura que dois jovens encenavam. Teve tempo apenas de olhar para trás e ver o semblante de espanto de Lily, que deveria estar apavorada a àquela altura, com medo que Avalon a violentasse como Garth fez durante tantas vezes, incluído na noite de núpcias. Mina sorriu e fez um sinal com a cabeça que tudo estava bem, não havia motivos para preocupações.  

Era quase inacreditável o que ele fazia, mas o loiro subia as escadarias com ela em seus braços, depois de subirem o primeiro lance de escada a ruiva o encarou: — Pelos Deuses! Ficará exausto dessa maneira. — Murmurou sem saber se ria ou se o repreendia por tamanha travessura. Mas como já imaginava, quando chegaram na metade do caminho ele a colocou no chão, rindo como um jovem travesso. Ele ficava muito mais belo com aquele sorriso no rosto, não poderia negar a beleza do homem que havia se casado. Com certeza qualquer donzela o desejaria, principalmente pela forma cavalheiresca que ele a tratava. Pediria a Mãe para que ela tocasse o coração de ambos e assim o amor florescesse forte: — Deve estar exausto. — Disse rindo o olhando: — Vamos. Agora posso oferecer pelo menos a minha mão como apoio. Não é muito, mas posso tentar puxa-lo. O que creio ser bem difícil. — Brincou enquanto esperava que ele tomasse a sua mão.  

Passaram então cainhar lado a lado, Mina o escutava com atenção, seus planos sobre construir algo para leva-los até os andares superiores: — Há uma grande escadaria que dá acesso ao portão principal da Fortaleza. Algumas outras para as partes superiores, mas nada mais que dois lances de escadas. — Ela ficou em silêncio um breve instante: — Há belos jardins. Amo flores e aprendi a cultiva-las bem jovem. Mamãe e eu passávamos horas nos jardins. Pode parecer clichê, mas adoro rosas douradas. — Disse dando de ombros, enquanto caminhavam. As mãos dele eram firmes, mas ao mesmo tempo mornas e carinhosas. Avalon era um grande paradoxo e Mina não compreendia por qual motivo ele era tão gentil com ela. Ele poderia fazer seus direitos de marido valerem desde a primeira noite, mas tudo que haviam feito até então era conversar e nada mais. Ele sempre gentil, carinhoso e atencioso. Sabia que ele deveria estar triste pela situação com os filhos, mas em nenhum momento ele deixou isso transparecer para ela, mas esperava o dia que teriam intimidade para dividirem seus problemas e medos.  

Quando finalmente chegaram a câmara do lorde, Mina já estava quase sem fôlego, com a respiração forte e as bochechas tão vermelhas quanto os fios de seus cabelos. Teve tempo, porém, de contemplar toda a beleza que aquele lugar tinha, era mobiliado com o luxo que a riqueza dos Hightower poderia proporcionar. Era uma beleza diferente do que ela estava acostumada em sua Fortaleza, mas o que viu agradou seus olhos. Os tons das sedarias sempre em harmonia com os tons dos moveis, as pesadas cortinas que cobriam as janelas para que as noites sempre fossem um pouco mais longa. Seu olhar observou cada detalhe. Vagarosa caminhou até a cama, abaixando-se um pouco assim que se aproximou, uma de suas mãos deslizou sobre o lençol macio e somente então, que aquela cama seria dividida por ela e pelo homem que a acompanhava. Um calafrio percorreu sua espinha e fez com a Tyrell  suspirasse, fechou os olhos buscando espantar os pensamentos ruins que assolavam sua mente: — Deve estar cansado Milorde. Há algo que eu possa fazer? — Perguntou um tanto acanhada, temendo ser incisiva diante da situação em que se encontravam.  

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